A operação tem o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública e é coordenada pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
Policiais civis prenderam nesta terça-feira no Rio de Janeiro 40 pessoas em uma operação nacional contra homicídios e feminicídios. A segunda fase da Operação Cronos é uma mobilização de polícias civis de 21 Estados e do Distrito Federal para cumprir mandados de prisão de acusados desses dois crimes nesses locais.
A operação tem o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública e é coordenada pelo Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil.
Na primeira fase da operação, realizada em agosto do ano passado, foram presas mais de 2,9 mil pessoas, entre as quais cerca de 340 adolescentes.
Ação de criminosos
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou na segunda-feira, que a polícia atua para enfrentar traficantes e não mata inocentes, ao comentar a ação de criminosos na noite de domingo, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, que atiraram contra um grupoque participava de festa em um bar. Quatro pessoas morreram.
– É mais uma demonstração do poder do crime organizado. Quando eu digo que não podemos deixar de combater o crime organizado, alguns movimentos se voltam contra mim, dizendo que eu sou fascista e genocida. Mas a polícia não atira em bar, a polícia não mata pessoas inocentes. A polícia vai para o confronto quando é possível enfrentar os traficantes – disse após participar da solenidade de abertura da 5ª Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ).
Segundo Witzel, basta uma guerra entre facções para que criminosos saiam às ruas para atirar a esmo e matar pessoas inocentes. Ele disse que o governo está de portas abertas aos jovens que tenham se envolvido com o crime e estejam dispostos a fazer uma delação.
– Podem ir para uma penitenciária especial e ter ali o resgaste de sua cidadania. Não queremos jovens mortos, queremos jovens salvos, resgatados. Mas, contra os que insistem em ir pro confronto e matar pessoas, a polícia deve agir com rigor – disse.
Letalidade policial
No domingo, manifestantes realizaram um protesto em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, contra a ocupação policial em áreas residenciais e criticaram o crescimento das ocorrências de mortes causadas por policiais. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), autarquia ligada ao governo estadual, 434 pessoas morreram no estado em decorrência de ações policiais no primeiro trimestre deste ano. O número representa um aumento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado (368 mortes).
No início do mês, os dados do ISP foram encaminhados à Organização dos Estados Americanos (OEA) junto a uma denúncia apresentada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) contra Witzel, devido à sua política de segurança.
O documento também questionou um sobrevoo que o governador fez em comunidades da cidade de Angra dos Reis, no sul Fluminense. O próprio Witzel divulgou um vídeo nas redes sociais no qual está em um helicóptero acompanhado de policiais, que efetuam diversos disparos de cima para baixo. Na ocasião, o governador alegou que a operação tinha como objetivo combater a bandidagem no município.