Traficantes obrigavam moradores a comprar botijões por até R$ 300; agentes apreenderam 700 cilindros.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil apreendeu 700 botijões de gás em um depósito controlado pelo Comando Vermelho no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira.

A ação aconteceu no âmbito da Operação Contenção, realizada por agentes da 26ª DP (Todos os Santos), com apoio da 25ª DP (Engenho Novo) e da Coordenadoria de Operações Especiais (Core).
De acordo com as investigações, traficantes destruíram parte da rede de gás encanado para impor um monopólio sobre o produto na região. Assim, passaram a obrigar moradores a comprar botijões exclusivamente no galpão da facção, pagando até R$ 300, três vezes o valor cobrado em outras áreas da cidade, onde o preço gira em torno de R$ 100.
Técnicos proibidos de entrar na região
Além disso, técnicos da concessionária Naturgy foram ameaçados e impedidos de entrar no local para restabelecer o serviço. Distribuidoras de gás também relataram que suspenderam entregas por medo de represálias.
Apenas o depósito vinculado aos traficantes tinha autorização para operar. Em troca da “exclusividade”, os donos do comércio pagavam propina às lideranças do CV.
Segundo a Polícia Civil, o ponto de venda funcionava como um braço econômico da facção, que também explora a comunidade para outras atividades ilegais, como clonagem e guarda de veículos roubados, desvio e tranporte de cargas, cobranças criminosas e o tráfico de drogas.
Corregedoria da PM prende cinco agentes por crimes na megaoperação
A Corregedoria da Polícia Militar prendeu, nesta sexta-feira, cinco agentes do Batalhão de Choque suspeitos de cometer irregularidades durante a megaoperação de 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão.
Ao todo, dez PMs são alvos da ação. Além das prisões, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão.
Segundo a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), um dos principais pontos apurados é o furto de um fuzil durante a ação. As investigações tiveram início após análise das imagens das Câmeras Operacionais Portáteis utilizadas pelos militares.
“O comando da corporação reitera que não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”, diz a nota da PM.
Relembre o caso
A megaoperação, que mobilizou equipes das polícias Civil e Militar, resultou em 122 mortes, entre elas, cinco policiais.
O governo estadual afirma que os outros 117 mortos eram integrantes do crime organizado.
A ação tinha como objetivo garantir o cumprimento de 100 mandados de prisão de pessoas ligadas ao crime organizado. Entre elas, Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como o líder do Comando Vermelho na região.
Outro caso
No dia 4 de outubro, outro militar foi preso após ser filmado furtando objetos de uma residência no Complexo do Alemão.
Na ocasião, o cabo Leandro Silva Pereira dos Santos, de 37 anos, teve a prisão decretada pela Justiça Militar depois que sua câmera corporal registrou o momento em que ele recolhia pertences da casa durante uma incursão.