A ação da PF, com relação à fraude na licitação da merenda escolar, iniciou-se a partir da análise do material apreendido na Operação Apocalipse, deflagrada pelo Ministério Público do Amapá, em julho de 2019, na qual se identificou o desvio de verba federal.
Por Redação, com ACS - de Brasília
Mais de 30 policiais federais participaram da deflagração das Operações Confidere e Stadio, na manhã desta quarta-feira, para o cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão, um mandado prisão preventiva de um empresário e dois mandados de prisão temporária de dois servidores públicos. Além disso, houve dois sequestros de bens e duas suspensões de funcionamento de empresas nos municípios amapaenses de Porto Grande, Santana e Macapá. A ação da PF, com relação à fraude na licitação da merenda escolar, iniciou-se a partir da análise do material apreendido na Operação Apocalipse, deflagrada pelo Ministério Público do Amapá, em julho de 2019, na qual se identificou o desvio de verba federal. Com a investigação da Polícia Federal, foi identificado um direcionamento de licitações e superfaturamento de contratos de merenda escolar com desvio de recursos públicos e geração de enriquecimento indevido para empresários e servidores públicos. O ajuste, no caso da merenda escolar, ocorreu entre um servidor público municipal e um empresário, que teve a contratação de sua empresa efetivada para o fornecimento de alimentação, mesmo ofertando a proposta de maior valor que os demais concorrentes. A investigação apontou indícios que o superfaturamento por sobrepreço atingiu a marca de 28% em relação aos preços registrados em compras da mesma espécie, totalizando mais de R$ 300 mil acima da média, e que a empresa não possuiria sede física, com fortes indícios que fora montada apenas para participar de licitações. A investigação apurou que a companhia privilegiada, chegou a ter propostas 250% maior que o menor lance de outras empresas. Ainda foi possível identificar um suposto desvio de merenda escolar, com a não entrega do quantitativo acertado, além de quantidades discrepantes. Como exemplo: em determinado mês a empresa forneceu 3.156 unidades de óleo de soja, o que levaria pelo menos 84 meses para serem consumidos, não justificando sequer o estoque, tendo em vista a validade do produto, gerando indícios de que houve a confecção de notas fiscais fraudulentas, apenas para gerar pagamentos e desvios.