A blindagem de um carro para que Sérgio Moro utilizasse durante a campanha presidencial faz parte dos gastos realizados pelo Podemos para a campanha presidencial do escolhido que, no fechamento da janela partidária, deixou a sigla para se filiar ao União Brasil, onde já vivencia uma nova crise interna.
Por Redação - de São Paulo
O naufrágio da candidatura de Sérgio Moro, ex-juiz suspeito e incompetente segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), causou mais do que prejuízos morais e políticos ao Podemos, legenda que abrigava o então possível candidato à Presidência da República. Ele agora deverá disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, como forma de se abrigar no foro privilegiado, livrando-se de uma possível pena de prisão caso fosse julgado em um dos processos a que responde, na Primeira Instância.
A blindagem de um carro para que Sérgio Moro utilizasse durante a campanha presidencial faz parte dos gastos realizados pelo Podemos para a campanha presidencial do escolhido que, no fechamento da janela partidária, deixou a sigla para se filiar ao União Brasil.
Ao todo, nos quase cinco meses em que Moro esteve no Podemos, a legenda avalia ter pagado cerca de R$ 3 milhões em despesas com o ex-juiz. Os cálculos incluem o pagamento de salários mensais de R$ 22 mil brutos, R$ 210 mil no evento de filiação e R$ 600 mil em uma pesquisa qualitativa de intenção de voto.
Moro tenta diminuir o argumento do Podemos ao afirmar, em nota de sua assessoria de imprensa, que "o veículo será incorporado ao patrimônio do Podemos. Aliás, o partido já tinha em seu acervo um carro blindado”.
Crise
Na realidade, porém, a desistência de Moro à campanha e a saída do Podemos deixaram ressentimentos na cúpula do partido. Em conversas ouvidas pela reportagem do Correio do Brasil junto à direção da legenda, i ex-juiz é chamado de “traidor”, após o partido ter lhe garantido todos recursos, conforme combinado.
Oficialmente, a presidente do Podemos, Renata Abreu, disse que o partido ofereceu estrutura e garantia de recursos para a futura campanha.
— Para a surpresa de todos, tanto a Executiva Nacional quanto os parlamentares souberam via imprensa da nova filiação de Moro, sem sequer uma comunicação interna do ex-presidenciável — resume a deputada.
Mal chegou ao União Brasil, Moro já abriu uma crise ao afirmar que manteria sua candidatura ao Planalto. Mas foi demovido da ideia.