Segundo o ministro, os problemas causados pela seca e as enchentes em 2024, além da manutenção dos juros norte-americanos em patamares elevados e que impactaram o valor do dólar em todo o mundo, contribuíram para a alta da inflação no Brasil.
Por Redação – de Brasília
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a primeira providência do governo para conter a inflação de alimentos é a expansão do Plano Safra, que apóia o setor agropecuário e oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas aos produtores rurais.

— A primeira providência é a seguinte: vamos fazer planos safras cada vez mais robustos, maiores e melhores. E o governo (do presidente Luiz Inácio) Lula (da Silva) vai para o seu terceiro ano preparando um terceiro grande plano. Nós batemos dois recordes em 2023 e 2024 e queremos fazer o mesmo em 2025. Assim que o orçamento for aprovado, vamos lançar o Plano Safra para a próxima colheita e quero crer que o Brasil tem todas as condições de continuar ampliando a produção de forma adequada, sem desmatamento, que caiu vertiginosamente no país — anuncia.
Episódios
Segundo o ministro, os problemas causados pela seca e as enchentes em 2024, além da manutenção dos juros norte-americanos em patamares elevados e que impactaram o valor do dólar em todo o mundo, contribuíram para a alta da inflação no Brasil. Esses problemas, ressaltou, precisam ser contornados pelo atual governo.
— Tivemos episódios que precisam ser contornados. Tivemos problema de seca e inundação no ano passado, isso afetou. Tivemos a manutenção dos juros norte-americanos em patamares muito elevados, o que faz com que o dólar fique muito forte. E quando o dólar está muito forte, ele causa inflação no mundo inteiro — acrescentou.
Exportações
Haddad ressaltou ainda, em entrevista nesta manhã, que a expectativa para este ano é de que haja grande safra, talvez recorde, o que deve ajudar a baixar o preço dos alimentos.
— Provavelmente vamos colher uma grande safra a partir do final deste mês, começo de março. Uma grande safra, se não for a maior vai ser uma das maiores. E é assim que vamos continuar exportando muito alimento e garantindo o abastecimento interno — garantiu.
A safra recorde, aliada à queda do dólar, disse o ministro, deve ajudar na queda do preço dos alimentos.
— Com a queda do dólar, que começou a baixar para patamares mais aderentes aos fundamentos da economia brasileira, e com a safra que vai entrar a partir do final do mês, acreditamos que esses preços vão se estabilizar num patamar mais adequado — pontuou.
Cultura
Outra medida necessária para ajudar na queda dos preços dos alimentos, disse Haddad, vem sendo tomada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro: a expansão das produções de determinada cultura agrícola para outras regiões do país.
— Ele tem feito vários instrumentos novos sobre a produção de alimentos pelo território nacional. Esse é o caso do arroz, por exemplo, que tá muito concentrado numa região e agora há uma tentativa de espalhar as culturas por vários Estados. Estamos num período de crise climática. Vamos ter que lidar hoje com a questão da mudança climática, diversificando as culturas pelo território — concluiu.