Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2025

‘Não há vencedor numa guerra de tarifas’, afirma o presidente da China

O presidente da China, Xi Jinping, declara que não há vencedores em uma guerra de tarifas, enquanto o país aumenta as tarifas sobre produtos dos EUA. Entenda o contexto e as implicações.

Sexta, 11 de Abril de 2025 às 20:34, por: CdB

Também nesta tarde, o Ministério das Finanças divulgou que a China aumentará no sábado as tarifas sobre produtos norte-americanos de 84% para 125%, em resposta à mais recente escalada dos Estados Unidos.

Por Redação, com Xinhua – de Pequim

O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou nesta sexta-feira que “não há vencedor numa guerra de tarifas, e ir contra o mundo levará ao isolamento”. As declarações foram passadas na Casa de Hóspedes Diaoyutai, durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em visita a Pequim.

‘Não há vencedor numa guerra de tarifas’, afirma o presidente da China | Presidente da China, Xi Jinping faz balanço da guerra tarifária
Presidente da China, Xi Jinping faz balanço da guerra tarifária

Também nesta tarde, o Ministério das Finanças divulgou que a China aumentará no sábado as tarifas sobre produtos norte-americanos de 84% para 125%, em resposta à mais recente escalada dos Estados Unidos. O porta-voz do ministério, em declaração publicada pela agência chinesa de notícias Xinhua, disse que “diante do fato de que, no atual nível de tarifas, não há possibilidade de aceitação pelo mercado de produtos dos EUA exportados para a China, se o lado (norte-)americano continuar a impor tarifas sobre produtos da China, o lado chinês irá ignorá-las”.

O ministro Yuyuan Tan Tian explicou a decisão dizendo que agora, “mesmo que os EUA continuem a impor tarifas mais altas, isso não fará mais sentido e se tornará uma piada na história da economia mundial”. Também nesta sexta, o Ministério do Comércio da China anunciou ter entrado com processo contra os EUA na Organização Mundial do Comércio, citando “práticas unilaterais de coerção e bullying, que violam as regras da OMC”.

 

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Ambiente

No encontro com Sánchez, Xi Jinping afirmou que seu país “não teme qualquer supressão irracional”, após citar que, “por mais de 70 anos, o desenvolvimento da China se baseou em autossuficiência e trabalho árduo, nunca nos presentes de ninguém”, em referência aos EUA.

— Não importa como o ambiente externo mude, a China fortalecerá sua confiança, manterá sua determinação e se concentrará em administrar bem seus próprios assuntos — acrescentou o presidente.

Em mensagem mais direta ao premiê espanhol, falou que “somente por meio da solidariedade e cooperação de todos os países será possível manter a paz e a estabilidade mundiais”, diante da “situação caótica internacional”.

 

Lula

Em seu pronunciamento, Xi Jinping citou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como referência em defesa do multilateralismo e da cooperação internacional. O líder chinês destacou um artigo conjunto assinado por Lula, Sánchez e pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, publicado em março deste ano.

No texto, os três líderes ressaltam a importância de uma abordagem multilateral diante dos principais desafios globais, como as mudanças climáticas, a desigualdade e o financiamento ao desenvolvimento sustentável.

“Os desafios que se apresentam diante de nós — desigualdades crescentes, mudanças climáticas e o déficit de financiamento para o desenvolvimento sustentável — são urgentes e estão interconectados. É preciso tomar ações coordenadas e corajosas para abordá-los — e não recuar ao isolamento, a ações unilaterais ou a rupturas”, diz um trecho do artigo.

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