Rio de Janeiro, 22 de Abril de 2025

China prefere ‘apertar mãos’ em vez de ‘apertar os punhos’

A China busca fortalecer laços comerciais e evitar conflitos com os EUA, enquanto a OMC alerta sobre impactos severos na economia global.

Terça, 15 de Abril de 2025 às 19:45, por: CdB

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos pode reduzir o envio de mercadorias entre as duas economias em até 80% e prejudicar gravemente o crescimento global.

Por Redação, com agências internacionais – de Pequim

A China vem “derrubando muros” e expandindo seu círculo de parceiros comerciais, “apertando as mãos” em vez de “apertar os punhos”, disse nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores do país, enquanto Pequim trabalha para diversificar os laços em meio à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.

China prefere ‘apertar mãos’ em vez de ‘apertar os punhos’ | O porta-voz chinês Lin Jian, em entrevista coletiva sobre as tarifas dos EUA
O porta-voz chinês Lin Jian, em entrevista coletiva sobre as tarifas dos EUA

— Diante das incertezas externas, a China insistirá em apertar as mãos em vez de apertar os punhos, derrubar muros em vez de construir barreiras, conectar em vez de dissociar — disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em uma coletiva de imprensa nesta manhã.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) alertou que a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos pode reduzir o envio de mercadorias entre as duas economias em até 80% e prejudicar gravemente o crescimento global. Pequim chamou a estratégia de tarifas do presidente de Trump, de “uma piada”, irritando o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.

 

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De cima

Quaisquer negociações entre os EUA e a China teriam que vir “do topo”, envolvendo Trump e o presidente chinês Xi Jinping, acrescentou Bessent.

Na segunda-feira, Xi Jinping deu início a uma turnê por três nações do Sudeste Asiático. No Vietnã, que enfrenta tarifas norte-americanas de 46%, o presidente chinês pediu que os dois países se oponham ao ‘bullying unilateral’ e fortaleçam a cooperação nas cadeias de produção e fornecimento.

Autoridades chinesas e vietnamitas também assinaram dezenas de acordos de cooperação durante a visita de Xi Jinping, incluindo sobre cadeias de produção e fornecimento, bem como cooperação ferroviária. Depois de uma parada de dois dias em Hanói, o líder chinês continuará sua viagem ao Sudeste Asiático visitando a Malásia e o Camboja, que podem ser alvo de tarifas adicionais dos EUA de 24% e 49%, respectivamente.

 

Críticas

Na véspera, em linha com a política chinesa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, defendeu firmemente a atuação do país asiático na América Latina, rebatendo as críticas feitas por autoridades dos Estados Unidos, segundo informações colhidas pelo canal latino-americano de TV Telesur.

Jian rejeitou as alegações de que a presença chinesa na região teria motivações geopolíticas ocultas e reforçou o caráter de “benefício mútuo” da relação entre Pequim e os países latino-americanos.

— A China está comprometida com a igualdade e o benefício mútuo em suas relações com esses países e nunca buscará uma esfera de influência ou atacará terceiros — concluiu o embaixador.

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