Em linha com a palavra do presidente, a empresa relançou, na terça-feira, um processo para permitir novos lances de interessados em sua rede de gasodutos TAG, um de seus principais ativos à venda.
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro
A Petrobras estaria pronta a vender US$ 10 bilhões em ativos, nos próximos 45 dias, com a realização de um programa de desinvestimentos. Este será bastante mais agressivo do que o anterior, afirmou nesta sexta-feira o presidente da estatal, Roberto Castello Branco. O executivo não detalhou quais são os ativos em vista.
Em linha com a palavra do presidente, a empresa relançou, na terça-feira, um processo para permitir novos lances de interessados em sua rede de gasodutos TAG, um de seus principais ativos à venda. A TAG já recebeu uma oferta avaliada em cerca de US$ 8 bilhões de um grupo liderado pela francesa Engie.
Águas profundas
A companhia também já anunciou neste ano a venda da refinaria de Pasadena, para a Chevron, do campo de Maromba, para a BW Offshore, e a conclusão da negociação de ativos de distribuição no Paraguai.
— Acredito que, nos primeiros quatro meses do ano, nós tenhamos realizado desinvestimentos de US$ 10 bilhões e pretendemos fazer muito mais do que isso ao longo do tempo — disse Castello Branco, ao participar do seminário Nova Economia Liberal, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O executivo reiterou o foco principal da companhia nas atividades que trazem maior rentabilidade, que são a exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.
— Talvez, em 12 meses, nós tenhamos três ou quatro vezes mais do que esses US$ 10 bilhões. Tudo vai depender do mercado — acrescentou.
Privatizar
Junto com os desinvestimentos, que buscam também desalavancar a empresa, Castello Branco pontuou seu objetivo de buscar redução de custos e melhor retorno para os acionistas. Segundo afirmou, a Petrobras teve grande melhora financeira, mas ainda está “muito aquém” de outras gigantes petroleiras internacionais.
No seminário, que contou com atores importantes do governo brasileiro, incluindo o ministro da Economia, Paulo Guedes, Castello Branco voltou a defender a privatização de bancos estatais, assim como da Petrobras. No entanto, ponderou que isso não está na pauta.
— Já que não podemos privatizar, não temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobras o mais próximo possível de uma empresa privada, que crie valor para seus acionistas e o principal acionista da Petrobras é a sociedade brasileira — afirmou.
Gás natural
Durante a fala, o executivo também pontuou, sem entrar em detalhes, que a empresa está trabalhando juntamente com o governo federal para mudar e aprimorar o ambiente de negócios para o gás natural no Brasil.
Castello Branco acrescentou que a Petrobras será parte do setor, mas não tem a intenção de ser dominante, como atualmente. O governo federal tem preparado uma reforma regulatória no setor de gás natural para aumentar a competição e reduzir custos, conforme publicado mais cedo nesta semana pela agência inglesa de notícias Reuters, com base no que afirmou uma fonte.