Integrantes do governo Lula disseram a jornalistas que os números registrados nas eleições francesas e a vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido colocaram um freio na ultradireita. No entanto, um novo triunfo de Trump nas eleições presidenciais norte-americanas ainda é considerado a maior apreensão para a esquerda brasileira.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com surpresa à vitória da esquerda nas eleições legislativas da França, na noite passada, e a consequente derrota para a extrema direita no país. Havia um temor em relação a uma eventual vitória do partido de Marine Le Pen, que poderia dar um novo impulso à onda conservadora mundial, assim como ocorreu em 2016, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.
Integrantes do governo Lula disseram a jornalistas que os números registrados nas eleições francesas e a vitória do Partido Trabalhista no Reino Unido colocaram um freio na ultradireita. No entanto, um novo triunfo de Trump nas eleições presidenciais norte-americanas ainda é considerado a maior apreensão para a esquerda brasileira.
Diplomatas do Itamaraty já disseram, no passado recente, que o governo Joe Biden atuou de forma decisiva para apoiar a democracia brasileira nos últimos anos, como na condenação ao golpe bolsonarista fracassado em 8 de janeiro de 2023.
Reeleição
Além de evitar o avanço do neofascismo, o Palácio do Planalto, segundo aqueles assessores, avalia que as eleições francesas e britânicas reforçam a importância de uma aliança da esquerda com o centro. No caso francês, os parlamentares de centro cederam espaço para a esquerda como forma de isolar a extrema direita.
Aliados de Lula avaliam que existem chances que o contrário possa acontecer no Brasil, com o ‘Centrão’ e a extrema direita firmando uma aliança para barrar a reeleição do atual presidente.
Na noite passada, Lula comemorou os resultados das eleições na Europa e reforçou a necessidade de diálogo com diferentes setores progressistas.
Justiça social
“Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul”, escreveu em sua conta na rede X, (ex-Twitter).
Na mesma rede social, a primeira-dama, Janja da Silva, também comemorou a vitória da esquerda francesa.
“Vitória dos franceses e francesas contra a extrema direita nas eleições (…). Mais uma democracia que resiste com a união do povo, levando a uma virada surpreendente. A busca por liberdade, igualdade e fraternidade está no DNA dos franceses, e espero que essa mobilização sirva de exemplo para diversos outros países, como o nosso, que lutam diariamente contra a extrema direita e suas ideias fascistas, trabalhando por justiça social e dignidade para toda a população”, comemorou Janja.