A quadrilha desviava, principalmente, eletrônicos de maior valor agregado, como celulares, notebooks, tablets e TVs.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
A Polícia Federal fez uma operação, na manhã desta terça-feira, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso suspeito de furtar cargas dos Correios.

Ao todo, os agentes cumprem 42 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão. Os alvos estão espalhados em diferentes cidades do Pará e também em municípios do Maranhão. As ordens foram emitidas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Pará.
Segundo a investigação, o grupo criminoso é responsável por furtos que somam mais de R$ 35 milhões. O montante reúne desvios de cargas feitos pela quadrilha nos últimos cinco anos.
A corporação não divulgou a lista completa dos alvos da operação, mas informou, em nota, que “dentre os alvos de prisão, há 29 motoristas e ex-motoristas, contratados por empresas terceirizadas pelos Correios com rotas entre São Paulo e Belém e São Paulo e Marabá”.
Caminhões com encomendas
A quadrilha mirava caminhões com encomendas de produtos eletrônicos de alto valor agregado, como celulares, notebooks, tablets e aparelhos de TV. Os itens furtados eram distribuídos, segundo a PF, em ao menos seis lojas no Pará. Os estabelecimentos foram alvos de buscas, além de terem sido fechados, de forma preventiva, por ordem judicial.
“Um dos envolvidos já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime e teve duas lojas fechadas pela PF”, acrescenta a nota da corporação.
A investigação, que monitorou a quadrilha ao longo dos últimos meses, descobriu também que o esquema usava uma linguagem típica de partidas de futebol para tentar ocultar as conversas sobre as ações criminosas. Os diálogos motivaram o nome da operação: VAR (Video Assistant Referee, expressão em inglês para o árbitro de vídeo).
Comércio exterior
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Corregedoria da Receita Federal, deflagrou nesta terça-feira, nos estados de Roraima, Santa Catarina e Amazonas, a Operação Publicanos, que investiga uma organização criminosa com atuação na fronteira entre o Brasil e Venezuela.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista/RR, Pacaraima/RR, Bonfim/RR, Itapema/SC e Manaus/AM. Além disso, a Justiça Federal determinou o afastamento do cargo de um funcionário público envolvido por 120 dias, o recolhimento do passaporte e proibição de deixar o país para outros dois investigados.
Segundo apurado, os investigados simulavam a exportação visando o recebimento de isenções fiscais, entretanto, os itens retornavam para serem vendidos em território nacional, ocasionando vultosos prejuízos aos cofres públicos e concorrência desleal com o mercado interno.
Os crimes investigados são corrupção ativa e passiva, contrabando, descaminho, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.