Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Petrobras desliga termelétrica, sob risco de ‘falha catastrófica’

Arquivado em:
Sábado, 25 de Setembro de 2021 às 12:48, por: CdB

Devido ao nível crítico dos reservatórios das hidrelétricas, na pior estiagem dos últimos 91 anos, o ONS tem exigido que usinas de geração térmica – a gás, diesel, biomassa e carvão – mantenham-se na capacidade máxima, na tentativa de reduzir o consumo de água dos reservatórios.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Embora o Operador Nacional do Sistema (ONS) tenha pressionado a Petrobras a manter ligada a termelétrica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, que precisava de manutenção, a planta foi desligada neste sábado. Com a medida, aumenta o risco de apagão devido à crise hídrica, em curso. A estatal alegou risco de “falha catastrófica” na estrutura e desligou a usina, de acordo com os comunicados trocados entre a Petrobras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o ONS, divulgados na última edição do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP).
usina-3-lagoas.jpg
No primeiro fim de semana de setembro, entre os dias 3 e 5, a Petrobras havia comunicado ao Operador que precisaria paralisar as operações de sua usina térmica de Três Lagoas

Programação

Devido ao nível crítico dos reservatórios das hidrelétricas, na pior estiagem dos últimos 91 anos, o ONS tem exigido que usinas de geração térmica – a gás, diesel, biomassa e carvão – mantenham-se na capacidade máxima, na tentativa de reduzir o consumo de água dos reservatórios. A determinação, porém, levou o sistema ao seu limite máximo, desde meados de agosto. “No primeiro fim de semana de setembro, entre os dias 3 e 5, a Petrobras havia comunicado ao Operador que precisaria paralisar as operações de sua usina térmica de Três Lagoas, uma planta de 386 megawatts de potência instalada em Mato Grosso do Sul, porque tinha de fazer uma manutenção importante na estrutura. “A empresa teve o cuidado de agendar o serviço para o fim de semana, quando o consumo elétrico no País diminui, e apresentou a programação com duas semanas de antecedência. Como é praxe no setor, se tratava de uma parada programada, ou seja, uma operação de rotina. Ocorre que o ONS decidiu rejeitar o pedido.

Parada

“Três dias antes da paralisação agendada, no dia 31 de agosto, o Operador rejeitou o pedido da Petrobras e, sem dar espaço para justificativas, declarou que “em função do cenário energético, com cargas elevadas e alto despacho térmico”, tinha que manter a “máxima disponibilidade de unidades geradoras” e que a paralisação deveria ocorrer apenas no feriado, entre 5 e 7 de setembro. “No dia seguinte, a Petrobras ainda insistiu com o órgão regulador e pediu para que fosse mantida a programação original da intervenção, porque ‘já não havia tempo hábil para reprogramar a atividade e que essa postergação de data ia contra as recomendações dos especialistas e do fabricante”, revelou o OESP. “Diante das recomendações do fabricante (dos equipamentos da usina) e da equipe de engenharia e, ainda, frente ao risco de falha catastrófica desta turbina, a Petrobras necessitou prosseguir com a parada emergencial”, informou a Petrobras, em comunicado.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo