vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) reúne 5,2% da preferência dos eleitores e o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT), que teve suas condenações anuladas recentemente, aparece com 3,3%.
Por Redação – de Brasília
A 162ª edição da pesquisa de opinião da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta quarta-feira, revela que a esquerda, sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estaria em uma situação difícil, eleitoralmente. Lula, segundo o estudo, permanece como o principal nome do segmento progressista da sociedade para a eleição presidencial de 2026.
O levantamento mostra que a preferência do eleitorado, desde a esquerda ao centro político, tem o petista como seu voto preferencial. No relatório da CNT, 60,2% dos eleitores de esquerda preferem que Lula seja novamente o candidato em 2026.
Se, por um motivo muito grave, o presidente não puder concorrer ao quarto mandato, o economista Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, seria o substituto imediato, com 31,3% de intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 17,5%. Em terceiro lugar vem o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que tem 12,7%.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) reúne 5,2% da preferência dos eleitores e o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT), que teve suas condenações anuladas recentemente, aparece com 3,3%.
Liderança
A pesquisa da CNT deixa claro que a esquerda precisará enfrentar, no futuro próximo, a realidade acerca da transição para um novo líder, em face da idade avançada de Lula. A pesquisa mostra que, embora Lula concentre a preferência da ampla maioria, a busca por um sucessor viável trata-se de um desafio a ser enfrentado.
O primeiro deles será superar a divisão que permanece entre as diversas correntes da própria esquerda. A divergência interna ficou estabelecida nas críticas de João Campos, prefeito do Recife, à estratégia do PSOL nas eleições municipais de São Paulo, em que o partido foi derrotado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
— A prática precisa caber naquilo que você fala e aquilo que você fala precisa caber na sua prática. Eu não conheço de perto a trajetória de Boulos, mas acredito que ele teve uma roupagem diferente enquanto pré-candidato e candidato a prefeito — observou Campos.
Mas Boulos, ágil na resposta, aprofundou a divergência.
— Não creio que ele está autorizado a me dar aulas de coerência, até porque, em 2020, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez, elegeu-se com o mote ‘PT nunca mais’. Hoje, que o Lula é presidente, ele virou o maior lulista do país. Para de querer dar lição de moral alheia. E mais do que isso: eu tenho lado. Tenho posições firmes, e ter posição firme tem um preço. Eu não vou conforme o vento — rebateu.
Dilema
Pressionado de um lado para se manter fiel aos propósitos humanistas e, de outro, por um diálogo capaz de atrair o voto até da centro-direita, o arco da esquerda enfrenta o dilema que Lula, com maestria, resolveu ao longo de seus dois mandatos iniciais.
Lula, por sua vez, sabe que precisa se preparar para a última campanha presidencial, em 2026. Segundo a pesquisa da CNT, sem Lula, a tarefa de consolidar um expoente capaz de enfrentar candidatos de outros espectros políticos será complexa e repleta de desafios. Os pesquisadores realizaram 2002 entrevistas presenciais entre 7 e 10 de novembro, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.