Na semana passada, a polícia já havia encontrado no celular de Cid o rascunho de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e mensagens que articulavam uma investida antidemocrática.
Por Redação - de Brasília
O celular do tenente-coronel Mauro Cid, após perícia técnica do Judiciário, revelou que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) mantinha um roteiro preciso para o golpe de Estado que fracassou no dia 8 de Janeiro. O documento, distinto daquele apreendido na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo passado Anderson Torres descreve o passo a passo em oito etapas para as Forças Armadas assumirem o comando do país diante da derrota do ex-presidente, nas urnas.
Na semana passada, a polícia já havia encontrado no celular de Cid o rascunho de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e mensagens que articulavam uma investida antidemocrática.
Irregularidades
O documento de três páginas recebeu o título ‘Forças Armadas como poder moderador’ e consta de relatório elaborado pela inteligência da PF sobre o conteúdo no telefone móvel de Mauro Cid. O primeiro passo que o roteiro prevê é o envio de um relatório das supostas irregularidades praticadas pelo Poder Judiciário aos militares.
Quando recebessem o relatório, as Forças Armadas deveriam nomear um interventor, que fixaria um prazo para “restabelecimento da ordem constitucional”, segundo o documento. As decisões do Judiciário e as ações dos magistrados seriam imediatamente suspensas. O interventor, que teria sob seu comando a PF, poderia suspender todos os atos normativos que ele considerasse “inconstitucionais”.
Entre as orientações às Forças Armadas estava o imediato afastamento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a justificativa de que eles seriam “responsáveis pela prática de atos com violação de prerrogativa de outros Poderes”.