“Convidei o Alckmin para se filiar ao Solidariedade, com o objetivo de ser candidato a vice do Lula. Se ele quiser, o nosso partido estará de portas abertas”, escreveu o deputado em seu perfil no Twitter, nesta sexta-feira.
Por Redação - de São Paulo
Após a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no encerramento do congresso da Força Sindical, na véspera, o Solidariedade, presidido pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho, entrou na disputa pelo “passe” do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.
“Convidei o Alckmin para se filiar ao Solidariedade, com o objetivo de ser candidato a vice do Lula. Se ele quiser, o nosso partido estará de portas abertas”, escreveu o deputado em seu perfil no Twitter, nesta sexta-feira.
A Força Sindical – que confirmou Miguel Torres como presidente, sucedendo Paulinho – já tomou a decisão de apoiar Lula para disputar a Presidência da República em 2022. O apoio foi defendido também pelos presidentes de outras centrais: Sérgio Nobre (CUT), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB) e Edson Carneiro, o Índio, secretário-geral da Intersindical.
Terceira Via
Como deputado e presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva afirmou à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA) que seu apoio a Lula começa pelo fato de que não acredita em Terceira Via.
— Acho que os candidatos da Terceira Via não vão vingar. Primeiro, porque a candidatura de Doria é muito rejeitada. Segundo, porque nosso ‘amigo’ Moro é o genérico do Bolsonaro. Então por que as pessoas vão votar no genérico? Vão votar no Bolsonaro — ironiza.
O parlamentar resume: como a eleição vai ser disputada entre Bolsonaro e Lula, a conclusão é de que “não tem como apoiar Bolsonaro.” Segundo pesquisa Quaest divulgada na véspera, Jair Bolsonaro (PL) é o mais rejeitado entre os atualmente pré-candidatos. Os eleitores que dizem que não votariam nele são 63%. A seguir vêm Sergio Moro (61%) e João Doria (59%). Por sua vez, Lula é rejeitado por 43%.
Futuro incerto
O Solidariedade é o terceiro partido a tentar o “passe” de Alckmin de maneira decidida. O interesse do PSB é claro e não é recente. O que está dificultando bater o martelo é que a legenda, presidida por Carlos Siqueira, quer o apoio do PT a Márcio França ao governo de São Paulo, além de outros Estados, em troca de apoiar Lula ao Planalto, com Alckmin na vice.
O problema dessa aliança é que o ex-prefeito Fernando Haddad aparece bem posicionado na disputa para o Bandeirantes, até pelo “recall” que traz de eleições passadas. Alckmin também pode se mudar para o PSD de Gilberto Kassab, que não esconde sua intenção lançá-lo na disputa pelo governo paulista.
Aparentemente, o Solidariedade se torna agora uma segunda possibilidade para o quase ex-tucano entrar como vice numa chapa com Lula pela presidência. É nesse ambiente de negociações de bastidores e análise de conveniências que Alckmin teria adiado seu desembarque no PSB.
Negociações
Com isso, Lula ficaria mais à vontade e livre das pressões dos socialistas por uma aliança condicionada por apoio do PT a candidatos do PSB nos estados, principalmente em São Paulo. Enquanto isso, Alckmin continua na ‘iminência’ de deixar o PSDB, como já está há muitas semanas.
“Definido que Alckmin será o candidato a vice-presidente, no PSB ou fora dele, as negociações do PT com os socialistas não envolveriam mais o nome do ex-governador em tentativas de acertos regionais”, escreveu a colunista Mônica Bergamo, do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo.
Para o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), no entanto, que a chance de o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) assumir o posto de vice na chapa encabeçada por Lula (PT) em 2022 é de 99%. O pessebista declarou, ainda, em recente entrevista a jornalistas, que a ideia de composição da chapa partiu do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e “um pouco do (Gabriel) Chalita (ex-deputado federal)”.