Quinta, 13 de Fevereiro de 2020 às 11:46, por: CdB
A ‘rachadinha’ envolve a devolução de parte do salário do servidor de um gabinete ao parlamentar. Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro são suspeitos de se beneficiar do esquema. Fontana também questionou Moro sobre a ausência de Adriano Magalhães da Nóbrega na lista de mais procurados do Ministério da Justiça.
Por Redação - de Brasília
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) pediu ao ministro da Justiça Sergio Moro, durante audiência na Câmara, que seja dada proteção a Fabrício Queiroz, acusado de ser intermediário num esquema de rachadinha que beneficiou o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.
A ‘rachadinha’ envolve a devolução de parte do salário do servidor de um gabinete ao parlamentar. Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro são suspeitos de se beneficiar do esquema. Fontana também questionou Moro sobre a ausência de Adriano Magalhães da Nóbrega na lista de mais procurados do Ministério da Justiça.
Dinheiro
Adriano, suspeito de envolvimento no esquema de 'rachadinha' de Queiroz, empregou a mãe e a mulher no gabinete de Flávio Bolsonaro. Ambas transferiram parte do salário para Queiroz.
Adriano foi morto domingo pela polícia com dois tiros, no interior da Bahia.
— Por que o Adriano não constava da lista de criminosos mais procurados do País? Mesmo ele circulando por outros estados? Será porque esta situação diz respeito à investigação das contas do Queiroz? Porque Adriano tinha conhecimento do esquema das ‘rachadinhas’ envolvendo a família presidencial, em que parte desse dinheiro acabou na conta da primeira dama? — questiona Fontana.
Constituição
O parlamentar pediu que Moro dê proteção a Queiroz.
— Faço um apelo para que o senhor (ministro Moro) coloque o Queiroz no programa de proteção à testemunha. Ele pode ser morto a qualquer momento. Eu gostaria de saber o que ele tem para falar sobre o esquema da ‘rachadinha’ da família Bolsonaro — disse.
Candidato
Moro silenciou a respeito.
O deputado atacou Moro pelo fato de ter condenado o ex-presidente Lula e depois ter aceito cargo no governo do beneficiário da decisão, Jair Bolsonaro. Também sugeriu que Moro, que defende a prisão em segunda instância, está agindo de forma açodada.
— Nós do PT queremos melhorar o sistema judicial do nosso País e combater a criminalidade, mas para mudar a Constituição tem que ter cuidado e responsabilidade, precisamos agilizar a justiça em todas as áreas, seja na civil, criminal e trabalhista. Ou alguém quer proteger devedor de impostos? Temos que ter segurança jurídica, para evitar, por exemplo, quem um juiz retire um candidato de uma eleição e depois aceite ser ministro do candidato que foi beneficiado — concluiu.