Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Papa Leão XIV cita Francisco e defende anistia ou indulto a presos

O Papa Leão XIV defende a anistia e indulto a presos, ecoando apelos de Francisco e destacando a necessidade de reforma no sistema prisional.

Domingo, 14 de Dezembro de 2025 às 11:31, por: CdB

O Pontífice ecoou um apelo já feito pelo falecido Francisco, defendendo medidas concretas no sistema prisional para enfrentar problemas.

Por Redação, com ANSA – de Roma

O papa Leão XIV disse neste domingo que “formas de anistia” ou indulto aos presos são necessários para que “ninguém se perca”, ao celebrar a missa do Jubileu dos Prisioneiros no Vaticano.

Papa Leão XIV cita Francisco e defende anistia ou indulto a presos | Leão XIV celebrou missa do Jubileu dos Prisioneiros
Leão XIV celebrou missa do Jubileu dos Prisioneiros

O Pontífice ecoou um apelo já feito pelo falecido Francisco, defendendo medidas concretas no sistema prisional para enfrentar problemas como a superlotação e a falta de programas estáveis de educação e trabalho voltados à reintegração social.

“Muitos ainda não entendem que, depois de cada queda, é preciso ser capaz de se levantar novamente”, afirmou o Papa, lembrando a “Bula de Francisco” que pedia “formas de anistia ou remissão de penas”.

Leão XIV afirmou confiar que esse desejo “será atendido em muitos países”, destacando que, para Deus, “apenas uma coisa é importante: que ninguém se perca”.

Durante a homilia, o líder da Igreja Católica ampliou o olhar para a realidade cotidiana das prisões, reconhecendo que se trata de um ambiente marcado por dificuldades estruturais e humanas.

Além da superlotação, destacou o “compromisso ainda insuficiente” dos Estados em garantir “programas educativos estáveis para a reintegração social e oportunidades de emprego”.

“Nenhum ser humano é idêntico ao que fez”, afirmou, acrescentando que a justiça deve ser sempre um processo de “reparação e reconciliação”.

– Quando, mesmo em condições difíceis, preservamos a beleza dos sentimentos, a sensibilidade, a atenção às necessidades dos outros, o respeito, a capacidade de misericórdia e perdão, então, do solo árido do sofrimento e do pecado, flores maravilhosas desabrocham, e mesmo dentro dos muros das prisões, gestos, projetos e encontros únicos em sua humanidade amadurecem – explicou.

Proximidade do Natal

Com a proximidade do Natal, Robert Prevost convidou fiéis, presos e responsáveis pelo sistema prisional a renovarem a esperança.

– Mesmo diante dos maiores desafios, não estamos sozinhos – disse, enfatizando que Deus “redime” e deseja que “todos sejam salvos”. O Papa também lembrou o peso do passado e das feridas pessoais enfrentadas por quem cumpre pena, destacando a necessidade de paciência, perdão e perseverança nos caminhos de conversão.

Por fim, o Santo Padre recordou a abertura da Porta Santa na prisão de Rebibbia, em 26 de dezembro do ano passado, quando Francisco deixou aos detentos a imagem da “âncora da esperança” e o convite para “abrir as portas do coração”.

Segundo Leão XIV, esse gesto simboliza a fé em um futuro possível e convoca todos a serem “trabalhadores da justiça e da caridade”.

Ao se aproximar o fim do Ano Jubilar, o Papa reconheceu que, apesar dos esforços já realizados, “ainda há muito a ser feito” no mundo prisional. “Não devemos nos cansar, desanimar ou desistir”, concluiu, pedindo que a ação em favor dos presos continue com “tenacidade, coragem e espírito de colaboração”.

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