Fiscalização da Decon em meio ao surto de intoxicação por metanol no país mira distribuidoras no Méier e em São João de Meriti.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, na manhã desta quarta-feira, uma operação de fiscalização em estabelecimentos comerciais suspeitos de vender bebidas adulteradas. A ação, conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon), foi motivada por denúncias anônimas e teve como alvos distribuidoras no Méier, Zona Norte da capital, e em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Denúncias e investigações em curso
Os agentes verificaram a procedência das bebidas, a validade dos produtos e eventuais sinais de manipulação nas embalagens. Caso sejam constatadas irregularidades, os responsáveis poderão responder por crimes contra as relações de consumo.
A operação ocorre em meio a um surto nacional de intoxicações por metanol, que tem mobilizado autoridades de saúde e segurança em diversos estados. No Rio de Janeiro, quatro casos suspeitos estão sob investigação — em Cabo Frio, Cantagalo e Volta Redonda. Um caso anterior, registrado em Niterói, foi descartado.
Sintomas e riscos do metanol
O metanol é uma substância química utilizada industrialmente em solventes e combustíveis, mas extremamente tóxica quando ingerida. O fígado o converte em compostos que podem causar danos graves à medula, cérebro e nervo óptico — levando à cegueira, coma e até à morte. Também há risco de insuficiência pulmonar e renal.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) orienta que pessoas que apresentem sintomas como visão turva, dores abdominais ou náusea após o consumo de bebidas alcoólicas procurem imediatamente uma unidade de saúde. A pasta iniciou a compra de kits para o tratamento de intoxicações e já recebeu uma remessa de etanol farmacêutico enviada pelo Ministério da Saúde, utilizado como antídoto.
Crescem notificações em todo o país
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, já foram registradas mais de 225 notificações de intoxicação por metanol no Brasil. A maioria dos casos está associada a bebidas destiladas adulteradas, especialmente uísque, gim e vodca.
As autoridades reforçam que os consumidores devem evitar produtos de procedência duvidosa, sobretudo bebidas vendidas a preços muito abaixo do mercado ou em embalagens sem rótulo original. A SES-RJ afirma que todas as medidas de vigilância e prevenção estão sendo adotadas para conter novos casos e identificar a origem das contaminações.
