Em nota, a PF informou que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, “incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”.
Por Redação, com ABr – de Brasília
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quinta-feira a 4ª fase da operação que investiga a suposta “Abin paralela” no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação Última Milha investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência para o monitoramento ilegal de autoridades públicas e a produção de notícias falsas.
A operação apura se servidores da Abin utilizaram o software de geolocalização FirstMile, produzido pela empresa israelense Cognyte, para monitorar e produzir relatórios extraoficiais sobre ministros do STF e adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O filho do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) é suspeito de envolvimento no caso e coordenar o Gabinete do Ódio.
De acordo com a corporação, policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades de Brasília, Curitiba, Juiz de Fora (MG), Salvador e São Paulo.
Em nota, a PF informou que membros dos Três Poderes e jornalistas foram alvos do grupo, “incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas”. “A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos”.
Os investigados, segundo a corporação, podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
Entenda
A primeira fase da Operação Última Milha foi deflagrada pela PF em outubro do ano passado, que tem Carlos Bolsonaro como principal suspeito de coordenar o Gabinete do Ódio. À época, a corporação informou que investigava o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial por servidores da própria Abin.
“De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, destacou a PF à época.