Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Nova pista no caso Marielle coloca milícia no centro das investigações

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Domingo, 06 de Dezembro de 2020 às 11:26, por: CdB

A polícia e o Ministério Público descobriram uma importante pista que pode ajudar na investigação do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

Por Redação, com Sputnik Brasil - do Rio de Janeiro
Em meio às investigações, o Ministério Público (MP) acredita ter chegado ao suspeito de clonar o veículo usado na emboscada à vereadora. Segundo o MP, ele é defendido pelo mesmo advogado de Ronnie Lessa, acusado de cometer o crime.
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Bandeira com a imagem da vereadora assassinada Marielle Franco, durante manifestação para o aniversário do crime no Rio de Janeiro
A polícia e o Ministério Público descobriram uma importante pista que pode ajudar na investigação do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. A nova descoberta pode levar os investigadores ao responsável pela clonagem do carro usado na emboscada às vítimas. O MP descobriu que Eduardo Almeida Nunes de Siqueira, morador da Muzema, favela dominada pela milícia, clonou um veículo do mesmo modelo daquele que foi usado no crime.

Assassinos

O advogado Bruno Castro, que defende Siqueira, é o mesmo que atua para o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de executar Marielle e Anderson. Eduardo Siqueira admitiu que já clonou vários veículos, inclusive um Cobalt prata, ano 2014, semelhante ao veículo usado pelos assassinos. O Cobalt teria sido trocado por um Fiat Palio, numa negociação com um miliciano conhecido como Pepa. Ao ser perguntado pelos investigadores, em 2018, se o carro foi usado na morte de Marielle e Anderson, Siqueira respondeu "não saber informar". Contudo, ao ser confrontado com as imagens do Cobalt usado no crime, Siqueira disse que "viu grande semelhança com o veículo que esteve em suas mãos" e que, posteriormente, passou para uma pessoa de nome Rafael.

Outras pistas

Além da nova pista, a polícia segue outras linhas de investigação. Uma delas é que a ordem para matar Marielle partiu do ex-bombeiro, ex-vereador e miliciano Cristiano Girão. O objetivo seria se vingar do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). Girão era um dos nomes da lista da CPI das Milícias, em 2008, presidida pelo parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A polícia também aguarda o julgamento de três recursos no Supremo Tribunal de Justiça (STF). Em um deles, o Google recorreu da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o fornecimento de informações envolvendo o crime às autoridades. Um dos pedidos diz respeito à entrega da lista de pessoas que pesquisaram na ferramenta de buscas o nome "Marielle Franco", entre 10 e 14 de março de 2018. O MPRJ também quer que a empresa informe o trajeto do carro usado pelos assassinos em diferentes dias.
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