"Não vejo nenhum conflito ético, nem moral, nem violação da impessoalidade. É um advogado que desempenhou o trabalho quando tudo parecia perdido, quando tudo estava ladeira acima. Ele tem virtudes profissionais. Eu acho que não haveria nenhuma implicação ética", disse o ministro Luís Roberto Barroso.
Por Redação - de Brasília
Informações nos bastidores de que têm circulado nos últimos dias, nas duas Casas do Parlamento, reforçam a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar o seu advogado e amigo Cristiano Zanin Martins para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria compulsória do ministro Ricardo Lewandowski. Interlocutores de Lula, no entanto, dizem que ele não tem pressa para preencher a nomeação.
Zanin, enquanto isso, tem conquistado o apoio de seus futuros pares, caso seja elevado à Corte Suprema. A ministra Cármen Lúcia foi uma das primeiras a declarar sua admiração ao jurista.
— Como juíza, respeito, desde que se cumpra a Constituição. O presidente tem o direito de escolher e cumprir sua atribuição como autoridade competente — declarou Lúcia, em recente entrevista.
Requisitos
O ministro Luís Roberto Barroso também afirmou não ver empecilhos para a indicação do advogado.
— Não vejo nenhum conflito ético, nem moral, nem violação da impessoalidade. É um advogado que desempenhou o trabalho quando tudo parecia perdido, quando tudo estava ladeira acima. Ele tem virtudes profissionais. Eu acho que não haveria nenhuma implicação ética. Não é despropositada a escolha de alguém que você tenha algum tipo de relação pessoal de afinidade, desde que essa pessoa preencha requisitos mínimos de qualificação técnica e idoneidade — afirmou.
O ministro Gilmar Mendes segue na mesma linha:
— Não vejo nenhum obstáculo para a indicação de Zanin, que eu reputo como um ótimo advogado e (que) muitas vezes foi incompreendido — concluiu o decano do STF.