Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

MP denuncia dois agentes do Bope pela morte de Herus Mendes

Dois agentes do Bope são denunciados por homicídio qualificado na morte de Herus Mendes durante festa junina no Rio de Janeiro. Entenda o caso.

Sexta, 05 de Dezembro de 2025 às 14:09, por: CdB

Sargento que efetuou o disparo e tenente que autorizou a ação durante festa junina responderão por homicídio qualificado.

Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou dois policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) por homicídio qualificado no caso Herus Mendes. O jovem, de 23 anos, foi morto em uma operação na favela Santo Amaro, na Zona Sul do Rio, em 7 de junho. Outras cinco pessoas ficaram feridas.

MP denuncia dois agentes do Bope pela morte de Herus Mendes | Herus foi morto após tiroteio durante festa junina no Morro Santo Amaro, no Catete
Herus foi morto após tiroteio durante festa junina no Morro Santo Amaro, no Catete

O caso aconteceu no mesmo momento em que acontecia uma festa junina na localidade. Segundo a denúncia, o sargento Daniel Sousa da Silva atirou contra a vítima quando ela estava desarmada, de costas e feito menção de correr.

O outro militar, tenente Felippe Carlos de Souza Martins, foi denunciado por manter a operação mesmo durante a realização da confraternização na comunidade.

A defesa das agentes afirma que o disparo ocorreu em legítima defesa.

“Os policiais já tinham informações de que traficantes estavam naquele local. Ao chegar à comunidade, foram fortemente atacados pelos criminosos. Não restou ao policial alternativa senão se defender e proteger sua patrulha. O Ponta 1 jamais teve a intenção de matar; ele apenas reagiu para defender a própria vida e a de sua patrulha”, diz a nota.

Investigações

No relatório, a Delegacia de Homicídios concluiu que o sargento Daniel agiu em legítima defesa putativa, que ocorre quando o agente acredita estar diante de uma ameaça que, na realidade, não existe. O caso foi classificado como excludente de ilicitude, afastando responsabilização penal.

A Polícia Civil descreveu que o PM estava em uma área de intenso confronto, pediu que Herus se aproximasse e viu um objeto brilhando na mão direita do jovem, que era o celular. Nenhuma arma foi encontrada com a vítima.

Relembre o caso

No dia, moradores relataram corre-corre e medo com a troca de tiros, que levou crianças, idosos e visitantes a se proteger como podiam.

À época, a PM informou que os militares checavam uma reunião de traficantes armados na região. A corporação disse que houve confronto após os policiais serem atacados e negou que os disparos tenham partido da tropa.

Herus foi atingido na barriga pouco depois de sair para comprar um lanche. Socorrido por amigos, o jovem chegou a ser levado para o Hospital Glória D’Or, mas não resistiu.

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