Decretada a prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, na véspera, acusado de causar a morte de um motorista de aplicativo em São Paulo ao dirigir embriagado e colidir seu Porsche em alta velocidade, seus advogados afirmaram que ele acatará a decisão, embora a considerem “desproporcional” e irão apelar da determinação judicial.
Por Redação – de São Pauloo
A defesa do acusado acredita que as oito medidas cautelares previamente impostas eram mais do que adequadas, tornando a prisão preventiva desproporcional, disseram os advogados Jonas Marzagão, Elizeu Soares de Camargo Neto e João Victor Maciel Gonçalves. A defesa foi questionada, ainda, se Fernando Sastre já se entregou mas, até o meio-dia deste sábado a informação foi confirmada. Na véspera, o desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), atendeu a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e ordenou a prisão preventiva do empresário.
Anteriormente, juízes de primeira instância haviam negado três pedidos de prisão contra Fernando Sastre Filho – duas preventivas e uma temporária. Ao determinar que o suspeito fosse preso, o desembargador também revogou outras medidas cautelares que haviam sido impostas, como a proibição de se aproximar de testemunhas, mas manteve a fiança de R$ 500 mil. Fernando Filho é acusado de homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia um Renault Sandero, morreu logo após a colisão na Avenida Salim Farah Maluf, zona leste de São Paulo, no dia 31 de março.
A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava no Porsche. Ele fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço.
Colisão
Embora apresentasse sinais de embriaguez, Fernando Filho foi autorizado pelos PMs a deixar o local, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também estão sendo investigados. No dia do acidente, câmeras de monitoramento flagraram Fernando Filho dirigindo o Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade quando colidiu com a traseira do carro de Ornaldo. O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu de traumatismo cranioencefálico.
Um laudo do Instituto de Criminalística indicou que a velocidade média do Porsche era de 156 km/h. No entanto, quando se apresentou à polícia, mais de 36 horas após o acidente, o empresário afirmou que estava “um pouco acima da velocidade máxima permitida”, que é de 50 km/h.