Por meio de um comunicado, a estatal finlandesa de energia Gasum disse ter sido informada pela russa Gazprom de que o abastecimento será bloqueado às 7h (horário local) deste sábado, mas garantiu que os consumidores não serão afetados.
Por Redação, com ANSA - de Moscou
A Rússia vai interromper o fornecimento de gás natural para a Finlândia, que nesta semana confirmou sua candidatura a membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Por meio de um comunicado, a estatal finlandesa de energia Gasum disse ter sido informada pela russa Gazprom de que o abastecimento será bloqueado às 7h (horário local) deste sábado, mas garantiu que os consumidores não serão afetados.
– Nós nos preparamos com cuidado para essa situação e, desde que não haja interrupções na rede de transmissão de gás, seremos capazes de fornecer gás a todos os nossos clientes nos próximos meses – afirmou o CEO da Gasum, Mika Wiljanen, definindo a decisão da Rússia como "lamentável".
No último dia 17 de maio, a empresa finlandesa já havia confirmado que não pagaria pelo gás natural vendido pela Gazprom em rublos, como exige o regime do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em retaliação pelas sanções econômicas impostas pela União Europeia.
Gazprom
"A Gasum não aceita o pedido da Gazprom Export para mudar os pagamentos para rublos", disse a estatal na ocasião. Com isso, a Finlândia se torna o terceiro país da UE para o qual Moscou interrompe o fornecimento de gás natural, juntando-se a Bulgária e Polônia.
O bloqueio contra a nação escandinava, no entanto, foi anunciado após seu pedido de adesão à Otan, aliança militar ocidental acusada por Putin de ter a Rússia como inimiga.
Assim como a Suécia, a Finlândia mantinha uma histórica política de neutralidade militar entre o Ocidente e Moscou, porém os dois países abandonaram essa estratégia depois da invasão russa à Ucrânia, que não faz parte da aliança euro-atlântica.
A expectativa é de que o processo de adesão dure menos de um ano, mas Helsinque e Estocolmo ainda encontram a resistência da Turquia, em um cenário onde precisam de aprovação unânime dos Estados-membros para entrar na organização.
Por sua vez, o presidente Putin disse que não considera a adesão dos dois países escandinavos à Otan como uma "ameaça", porém alertou que a resposta de Moscou dependerá da presença militar da aliança em seus territórios.