Presidente da Câmara, a deputada Nancy Pelosi, em nota, descreveu Lewis, que lutava contra um câncer de pâncreas, como "um titã do movimento dos direitos civis, cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação”.
Por Redação, com Reuters - de Washington
Defensor dos direitos civis que marchou com Martin Luther King, o ex-congressista John Lewis morreu, aos 80 anos. A Câmara dos Representantes dos EUA, em nota na noite passada, registrou que "os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história”.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em nota, descreveu Lewis, que lutava contra um câncer de pâncreas, como "um titã do movimento dos direitos civis, cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação”.
Natural de Troy, no Estado norte-americano do Alabama, Lewis nasceu em 1940. Quarto de dez irmãos de uma família de agricultores, foi um dos mais jovens integrantes do grupo Viajantes da Liberdade, que lutou contra a segregação racial no transporte público dos EUA nos anos 1960.
Obama
Lewis, líder mais jovem da manifestação de 1963, em Washington, na qual Luther King proferiu seu histórico discurso "eu tenho um sonho”, antes de ser assassinado, também sofreu com a violência policial. Dois anos depois, quase morreu em um protesto pacífico e antirracista em Selma, no Alabama, no qual teve um crânio fraturado pela polícia, no episódio conhecido como "Domingo Sangrento".
Em 2015, 50 anos mais tarde, o ativista andou de mãos dadas com Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, até o local em que o emblemático ato ocorreu. Em outubro de 2018, Lewis enviou uma carta ao secretário de Estado americano, Mike Pompeo, na qual dizia ter "fortes preocupações" com o aumento da "ameaça à democracia, aos direitos humanos e ao Estado de Direito no Brasil".
Na carta, escreveu que "a retórica da recente eleição, a violência política, os relatos de notícias falsas e a desinformação pavimentam o caminho em direção a um declínio perigoso em um país no qual muitos têm esperança e fé".