Durante a votação, Gonçalves afirmou ser "inequívoca" a relação entre a minuta golpista e a reunião com os embaixadores. "É inequívoco que o fato do ex-ministro da Justiça do governo do primeiro investigado (Bolsonaro) ter em seu poder uma proposta de intervenção neste tribunal", escreveu.
Por Redação - de Brasília
A situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não é das melhores, piorou muito desde a noite passada, quando o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referendou a decisão do corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, de incluir na investigação ao ex-mandatário por ataque ao processo eleitoral durante reunião com embaixadores a minuta de decreto golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Durante a votação, Gonçalves afirmou ser "inequívoca" a relação entre a minuta golpista e a reunião com os embaixadores. "É inequívoco que o fato do ex-ministro da Justiça do governo do primeiro investigado (Bolsonaro) ter em seu poder uma proposta de intervenção neste tribunal e de invalidação do resultado das eleições presidenciais possui aderência aos pontos controvertidos, em especial no que diz respeito à correlação entre o discurso e a campanha", afirmou.
Processo
A minuta foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. O documento autorizava Bolsonaro a declarar estado de defesa nas sedes do TSE para reverter o resultado da eleição presidencial do ano passado.
O PDT, partido que solicitou a inclusão do documento na investigação, afirmou que a minuta seria um "embrião gestado com pretensão a golpe de Estado", o que contribui com "os argumentos que evidenciam a ocorrência de abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito".