Assessores do TSE também disseram que o ministro geralmente pede vista em ações que envolvem políticos relevantes, como governadores, senadores ou prefeitos de capitais — o que reforça a indicação.
Por Redação – de Brasília
Atual vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques tem dito a interlocutores que poderá pedir vista ao processo de cassação do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que o tornaria inelegível por até oito anos. O ministro, segundo apurou a mídia conservadora, poderá adiar por até 60 dias a retomada da análise, na Corte, o que levaria a decisão para fevereiro do ano que vem.

Auxiliares de Nunes Marques teriam comentado com jornalistas sobre a alta probabilidade de pedidos de vista em processos considerados complexos, especialmente quando o julgamento é pautado com pouca antecedência. O magistrado teria sabido que o caso consta na pauta do Tribunal na véspera, após decisão da Corte de marcar o julgamento para a próxima terça-feira.
Assessores do TSE também disseram que o ministro geralmente pede vista em ações que envolvem políticos relevantes, como governadores, senadores ou prefeitos de capitais — o que reforça a indicação.
Intervalo
Um possível pedido de vista, segundo interlocutores do governador, permitiram um fôlego capaz de reduzir a tensão política em torno do caso, especialmente após o impacto da operação policial mais letal da história do Rio, que deixou mais de 120 mortos.
Outro argumento é o de que a relatora do processo, a ministra Isabel Gallotti, encerra seu mandato no TSE nas próximas semanas. Antes de deixar o cargo, a magistrada liberou para julgamento os casos que considera prioritários — entre eles, as ações contra Castro e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil).
Ambos são acusados de abuso de poder político e econômico no uso de recursos públicos em 2022, por meio de projetos financiados pela Fundação Ceperj e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Esperança
Na extrema direita, que sustenta politicamente a gestão do governador fluminense, a avaliação é a de que o TSE teria agido com motivação política, supostamente em “movimento casado” com o governo, ao pautar o julgamento logo após a repercussão da operação policial.
Antes da decisão de Cármen Lúcia, o ambiente entre os aliados de Castro era de tranquilidade, diante da ausência de previsão para o julgamento. A decisão do TSE de colocar o caso em pauta de forma repentina reacendeu o temor de cassação e elevou a expectativa sobre uma intervenção de Nunes Marques, para barrar a continuidade do processo.