De acordo com o ministro, haverá a substituição de um sistema que ajudou a “derrotar um passado de fraudes” no país. Barroso participa de uma comissão geral na Câmara dos Deputados destinada a debater a regulamentação do combate desinformação, voto impresso e sistemas eleitorais.
Por Redação - de Brasília
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso voltou a alertar, nesta quarta-feira, que se o Congresso aprovar o comprovante do voto impresso e o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) validar a decisão, a vida dos brasileiros tende a piorar. E muito.
De acordo com o ministro, haverá a substituição de um sistema que ajudou a “derrotar um passado de fraudes” no país. Barroso participa de uma comissão geral na Câmara dos Deputados destinada a debater a regulamentação do combate desinformação, voto impresso e sistemas eleitorais.
Ao longo de cerca de uma hora, Barroso garantiu que o atual sistema de urna eletrônica é seguro, transparente e auditável. Aqueles que defendem a comprovação impressa do voto propõem que a mudança como forma de auditar os resultados. O ministro lembrou aos deputados que, ali, todos foram eleitos pelo sistema eletrônico.
— Portanto o que nós fizemos com o sistema eletrônico de votação foi derrotar um passado de fraudes que marcaram a história brasileira no tempo do voto de papel — acentuou.
Fraude
Barroso repassou todas as etapas de auditoria do sistema eletrônico e afirmou que a decisão de adotar o voto impresso é uma decisão política.
— Portanto, se o Congresso Nacional decidir que deve ter voto impresso e o Supremo validar, vai ter voto impresso. Mas vai piorar, a vida vai ficar bem pior. Aliás, a vida vai ficar parecida com o que era antes. Creiam em mim — avisa.
O ministro enumerou, ainda, todas as dificuldades de implantar o voto impresso no país, como o custo de R$ 2 bilhões, a necessidade de realizar licitação para compras urnas e o pior problema: o risco de quebra do sigilo.
— Os meus problemas com o voto impresso são quebra de sigilo e fraude. Nós conseguimos acabar com a manipulação humana nos momentos críticos, que são o transporte, o armazenamento e a contagem desses votos impressos. Assim, nós vamos voltar ao passado dos riscos da manipulação do voto impresso — concluiu.