Segunda, 09 de Novembro de 2020 às 11:12, por: CdB
Segundo o MPE-RJ, Queiroz fez 15 transferências bancárias para os cabos eleitorais, no total de R$ 12 mil. Os depósitos aconteceram entre 3 de setembro e 8 de outubro de 2018, período de campanha eleitoral até o dia seguinte ao primeiro turno.
Por Redação - do Rio de Janeiro
O ex-policial militar aposentado Fabrício Queiroz pagava com dinheiro ilícito ao menos quatro cabos eleitorais da campanha de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao Senado, em 2018. Os promotores obtiveram provas documentais quanto aos suspeitos, por meio de entrevistas gravadas, textos e vídeos. Os pagamentos constam da quebra de sigilo bancário de Queiroz, determinada pela Justiça do Rio de Janeiro, no âmbito da investigação do escândalo da ‘rachadinha’.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ), Queiroz fez 15 transferências bancárias para essas pessoas, no total de R$ 12 mil. Os depósitos aconteceram entre 3 de setembro e 8 de outubro de 2018, período de campanha eleitoral até o dia seguinte ao primeiro turno.
No período eleitoral, o ex-assessor do parlamentar sacou R$ 63,8 mil em dinheiro - sendo 11 saques de R$ 5 mil cada e outros de menor valor. Não há evidências de como o valor foi utilizado. Nenhum dos pagamentos foi declarado à Justiça Eleitoral. Queiroz também é investigado por seu envolvimento com a milícia armada que domina bairros inteiros, nas Zonas Norte e Oeste do Rio.
‘Negócio do Queiroz’
Queiroz, preso desde o dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado do senador, primogênito do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), afastado da defesa do parlamentar. O ex-assessor é investigado por envolvimento em um esquema de "rachadinha" que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio, onde o filho de Jair Bolsonaro cumpria mandato de deputado estadual antes de ser eleito para o Senado.
Flávio Bolsonaro também foi citado, na noite passada, em reportagem do Fantástico, programa dominical da Rede Globo, em mensagens da ex-assessora de seu gabinete.
”Bateu direto naquele negócio do Queiroz" e "agora deu ruim" foram umas das mensagens de ex-assessora expostas pela emissora em meio a esquema de ‘rachadinha’ no qual está envolvido o filho do presidente do Brasil.
Top 4
As mensagens são atribuídas à ex-assessora do senador, Luiza Souza Pais, apontada como crucial para o MPE-RJ denunciar o senador por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo reportagem, Luiza era uma funcionária fantasma que, com mais 11 assessores ligados a Flávio Bolsonaro, repassava grande parte do salário recebido na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para Fabrício Queiroz, no esquema de rachadinhas.
O vazamento das mensagens da ex-assessora está repercutindo, e já levou o filho do presidente do Brasil ao Top 4 dos assuntos mais comentados no Twitter, nesta segunda-feira.