Fragata alemã realiza primeira ação militar no Mar Vermelho, como parte da missão da UE que visa proteger rotas comerciais. Rebeldes do Iêmen prometem aumentar agressões na região, inclusive com armas subaquáticas.
Por Redação, com DW - de Berlim
Uma fragata da Marinha alemã impediu na terça-feira um ataque de drones lançados pela milícia iemenita houthi, apoiada pelo Irã, no Mar Vermelho. Foi a primeira ação militar alemã como parte da missão naval da União Europeia (UE) que visa proteger as rotas marítimas comerciais na região.
Os rebeldes separatistas houthis passaram a atacar a rota comercial do Mar Vermelho em represália à ofensiva israelense na Faixa de Gaza. A ação militar de Israel foi deflagrada em reação aos ataques terroristas do grupo extremista Hamas em solo israelense, em 7 de outubro de 2023.
Os houthis disseram que vão manter os ataques até as Forças de Defesa Israelenses (IDF) suspenderem o bloqueio a Gaza, permitindo a entrada de alimentos e outros itens de primeira necessidade.
Segundo o comando alemão de operações, a fragata Hessen impediu dois ataques sucessivos de drones, sem que houvesse danos de pessoal ou materiais à embarcação. A Marinha alemã iniciou na última sexta-feira a sua participação na missão europeia, que tem como objetivo proteger as leis internacionais e a liberdade e segurança marítimas, além de garantir a estabilidade das rotas comerciais na região.
– Não é exagero afirmar que esta é a missão mais grave e perigosa de nossa Marinha em décadas – afirmou na semana passada o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius.
Houthis prometem aumentar ataques
O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) afirmou em nota que "aviões americanos e um navio da coalizão" abateram cinco drones de ataque houthis, sem especificar se a embarcação citada seria a fragata alemã.
O Centcom informou em nota que os veículos aéreos não tripulados partiram de áreas controladas pelos houthis no Iêmen e "representaram ameaça iminente aos navios mercantes, à Marinha dos EUA e aos navios da coalizão".
O líder dos houthis, Abdul-Malik al-Houthi, afirmou em declaração transmitida por emissoras de televisão locais que o grupo estaria aumentando os ataques em reação às ações militares israelenses em Gaza.
Al-Houthi afirmou que, até o momento, os iemenitas atacaram 48 navios, e anunciou também o uso de armas subaquáticas. Os navios visados pelos rebeldes são de origem israelense, britânica ou americana.
A missão Áspide da UE, termo em grego que significa escudo, foi aprovada pelos ministros do Exterior do bloco europeu na segunda-feira. A operação prevê o envio de navios de guerra e sistemas aéreos de alerta ao Mar Vermelho, Golfo de Aden e territórios marítimos próximos.
Os navios têm ordens para disparar artilharia somente no caso de os houthis atacarem primeiro, além de poderem realizar disparos preventivos. O comando de operações da missão Áspide está localizado na cidade grega de Larissa.