A 54ª reunião anual contará com a presença de mais de 100 governos, organizações internacionais e líderes da sociedade civil. Ao contrário do ano anterior, a edição de 2024 não terá a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que no ano de 2023 esteve presente à reunião, ao lado de Marina Silva.
Por Redação - de Brasília
A representante do Brasil no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, será a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O encontro ocorrerá na semana que vem na estação de esqui, entre os dias 15 a 17 de janeiro, com o tema ‘Reconstruindo a Confiança’.
A 54ª reunião anual contará com a presença de mais de 100 governos, organizações internacionais e líderes da sociedade civil. Ao contrário do ano anterior, a edição de 2024 não terá a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que no ano de 2023 esteve presente à reunião, ao lado de Marina Silva.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também não marcará presença no fórum de Davos. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu não participar de nenhuma edição do acontecimento durante seu terceiro mandato. Além de Marina, outra presença confirmada este ano é a do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
Greve no Ibama
A ministra, no entanto, tentava negociar com os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permanecem de braços cruzados desde a última segunda-feira, antes de embarcar para a Suíça. Os servidores reivindicam melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.
Uma carta assinada por 1,2 mil trabalhadores e enviada ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, diz que o motivo da paralisação é "falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos. A presente medida nada mais é do que a expressão da luta pela valorização e respeito do serviço e do servidor público da área ambiental", afirma o documento.
Perseguidos e boicotados durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), os servidores do Ibama e do ICMBio estão entre os responsáveis por derrubar pela metade o índice de desmatamento da Amazônia em 2023. Nas operações em campo, a categoria fica exposta a riscos de acidentes, produtos tóxicos como mercúrio do garimpo, animais selvagens e peçonhentos, além da violência de criminosos ambientais.
Herança
O sucesso na preservação do bioma rendeu dividendos políticos ao presidente Lula (PT) e à ministra Marina Silva, que, com a floresta mais protegida, conseguiram retirar o Brasil da condição de pária ambiental e climático no mundo, herança deixada pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Esta suspensão de atividades externas certamente terá impactos significativos na preservação do meio ambiente e atribuímos isso aos dez anos de total abandono da carreira do serviço público que mais sofreu assédio e perseguição ao longo do governo e que ainda não foi devidamente acolhida e valorizada pelo atual (governo)”, afirma a carta dos servidores do Ibama.
Cleberson Carneiro Zavaski, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), afirmou que a paralisação atinge também servidores do ICMBio. Estão suspensas as atividades de campo “como fiscalizações, operações de proteção, vistorias, viagens a serviço e autorizações, incluindo licenciamentos”, resumiu Zavaski.