Manifestação dos coletes amarelos causa tumulto generalizado na França
A polícia contabiliza 82 pessoas presas, em meio a preocupações de que violentos grupos de extrema direita e extrema esquerda estivessem se infiltrando no movimento ‘coletes amarelos’, uma manifestação espontânea sobre a luta de muitos na França para fazer frente à alta de preços.
A polícia contabiliza 82 pessoas presas, em meio a preocupações de que violentos grupos de extrema direita e extrema esquerda estivessem se infiltrando no movimento ‘coletes amarelos’, uma manifestação espontânea sobre a luta de muitos na França para fazer frente à alta de preços.
Por Redação, com agências internacionais e correspondente - de Paris
A polícia francesa disparou gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e jatos de água em conflito com manifestantes que tentavam romper cordões de segurança na Champs-Elysées em Paris neste sábado, antes de uma terceira manifestação contra os altos custos de vida.
Manifestante, com seu colete amarelo, protesta próximo ao Arco do Triunfo, um dos cartões postais de Paris, imerso em uma nuvem de fumaça e gás lacrimogêneo 'Coletes amarelos' atearam fogo em pedaços de madeira, cercando as principais ruas no Centro de Paris
A polícia contabiliza 82 pessoas presas, em meio a preocupações de que violentos grupos de extrema direita e extrema esquerda estivessem se infiltrando no movimento ‘coletes amarelos’, uma manifestação espontânea sobre a luta de muitos na França para fazer frente à alta de preços.
Segundo apurou a correspondente do Correio do Brasil em Paris, Marilza de Melo-Foucher, “o movimento começou desorganizado e instrumentalizado pela extrema direita. Depois, foi a gota d'água. As reivindicações foram alargando seu campo e se tornaram independentes”.
“Atualmente muita gente de esquerda entrou nas manifestações. A questão, portanto, não é somente o aumento das taxas dos impostos. São todos os tipos de injustiças que afloram junto à população. O governo do presidente Emmanuel Macron, que denegriu os partidos políticos fez campanha com ‘idéias novas’, disse que seu movimento não precisava de partidos. Hoje, encontra-se encurralado”, resume.
Feridos
Macron tem dito que os ‘coletes amarelos’ não não têm representação, “não tem organização. Ou seja, sua vontade de despolitização da sociedade gerou a situação atual. Todos pedem sua demissão”, acrescenta Melo-Foucher.
Por mais de duas semanas, os ‘gilets jaunes’ bloquearam estradas em protestos em toda a França, impondo um dos maiores desafios ao presidente Emmanuel Macron em seus 18 meses de mandato. Em Paris, manifestantes mascarados e encapuzados entraram em conflito com a polícia ao redor da mundialmente famosa avenida Champs-Elysées.
Três policiais e sete manifestantes ficaram feridos, disse a porta-voz Johanna Primevert, a jornalistas.
— Os bandidos são uma minoria e não têm lugar nessas manifestações — disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, à TV LCI.
Desordeiros
O primeiro-ministro, Edouard Philippe, cancelou um discurso planejado em um comício para o partido de Macron para monitorar os acontecimentos em Paris.
Centenas de ‘coletes amarelos’ sentaram-se sob o Arco do Triunfo, nesta tarde, cantando A Marselhesa, hino nacional da França, e pedindo a renúncia Macron.
Depois de várias horas no local, as forças de segurança apareceram para dispersá-los na área ao redor do Arco, onde desordeiros e manifestantes pacíficos se misturaram, empurrando-os para as ruas adjacentes.