Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Mandatário é responsável por clima de violência contra jornalistas

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Segunda, 13 de Dezembro de 2021 às 12:17, por: CdB

Equipes de reportagem dos canais de TV aberta Rede Globo, TV Bahia e TV Aratu, afiliada do SBT, foram agredidas por agentes de seguranças da comitiva presidencial e apoiadores bolsonaristas em Itamaraju. Os seguranças formaram um cinturão para impedir a aproximação de repórteres no estádio municipal Juarez Barbosa.

Por Redação - de São Paulo
Após a agressão dos seguranças do presidente Jair Bolsonaro (PL) a jornalistas, na véspera, o cientista político Cláudio Gonçalves Couto afirmou, nesta segunda-feira, que a responsabilidade pelos reincidentes ataques de seus apoiadores e seguranças a jornalistas é do próprio mandatário. À agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA), Couto destaca que a violência é insuflada cotidianamente pelo próprio Bolsonaro em seus constantes ataques ao trabalho da imprensa.
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No chamado 'chiqueirinho' do Palácio da Alvorada, o presidente Bolsonaro destila sua retórica sobre os assuntos que lhe interessam
De acordo com o cientista político, o presidente da República “produziu ao longo do tempo um ambiente propício a esse tipo de agressão” vista no domingo, durante sua passagem pelo sul da Bahia, região afetada por enchentes nos últimos dias. Equipes de reportagem dos canais de TV aberta Rede Globo, TV Bahia e TV Aratu, afiliada do SBT, foram agredidas por agentes de seguranças da comitiva presidencial e apoiadores bolsonaristas em Itamaraju. Os seguranças formaram um cinturão para impedir a aproximação de repórteres no estádio municipal Juarez Barbosa. Um dos agentes segurou a jornalista Camila Marinho com a parte interna do antebraço, golpe comumente conhecido como “mata-leão”, enquanto a bolsa da repórter era arrancada por um apoiador do presidente.

Violência

  Os jornalistas da TV Aratu Xico Lopes e Dário Cerqueira também foram agredidos. Um dos seguranças do presidente tentou impedir que repórteres se aproximassem com o microfone próximo a Bolsonaro. O secretário de Obras de Itamaraty, Antonio Charbel, que estava com apoiadores do presidente, puxou os aparelhos, arrancando a espuma de um microfone da TV Bahia. Em nota, o governo federal afirmou “não ser possível atribuir a autoridades episódios de hostilidade ou intimidações contra a imprensa”. Segundo o Planalto, “a postura crítica de Bolsonaro à imprensa não ultrapassa os limites da liberdade de expressão”. Para Couto, porém, ainda quando os jornalistas acompanhavam Bolsonaro no chamado “chiqueirinho” do Palácio da Alvorada, “o presidente insuflava os apoiadores contra os repórteres que ali estavam”. — Muitas vezes, fazia críticas aos jornalistas e pedia que a claque o acompanhasse — concluiu.
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