Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Mais cidades no Sudeste e Centro-Oeste impõem o racionamento, em face da seca

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Quinta, 09 de Setembro de 2021 às 09:28, por: CdB

A crise hídrica, no entanto, atinge outros Estados. No Paraná, 18 cidades adotaram o racionamento. Na região metropolitana de Curitiba; além da capital, o rodízio foi adotado em Araucária, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro e Colombo, entre outras.

Por Redação - de São Paulo
O racionamento chegou mais cedo para 16 cidades no interior paulistano. Após três meses de seca, a medida atinge cerca de 1,4 milhões de pessoas. Há apenas 20 dias, apenas seis centros urbanos passavam por essa situação, o que demonstra a gravidade da estiagem, na região.
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A seca no Rio Paraná deixou vários pontos sem qualquer condição de navegabilidade
Três das cidades que entraram com rodízio no abastecimento estão entre as maiores do interior, com população próxima de 400 mil habitantes. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o volume de chuvas em São Paulo, de setembro a novembro, será entre 10 milímetros e 50 mm abaixo da média, com risco de chegar a menos 100 mm em algumas cidades. A crise hídrica, no entanto, atinge outros Estados. No Paraná, 18 cidades adotaram o racionamento. Na região metropolitana de Curitiba; além da capital, o rodízio foi adotado em Araucária, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul. No interior, há racionamento em Pranchita, Santo Antônio do Sudoeste, Jardim Alegre e Jandaia do Sul.

Setor elétrico

Em Mato Grosso do Sul, a Sanesul, empresa estatal de saneamento, emitiu alertas para o risco de faltar água em 24 cidades. Em cinco – Coxim, Corumbá, Caracol, Amambai e Ladário – já foram adotadas restrições no fornecimento. Em Minas Gerais, estão com racionamento as cidades de Urucania (distrito de Bom Jesus dos Cardosos) e Bugre. Em Mato Grosso, a falta d' água levou à redução da captação em Várzea Grande, enquanto em Tangará da Serra o racionamento está em vigor desde o dia 18 de agosto. Na véspera, em audiência na Câmara dos Deputados, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou que a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras deve ficar abaixo de 19%, patamar registrado na crise energética de 2014. As afirmações são mais um elemento de alerta para o futuro próximo da geração de energia no Brasil. Embora o governo venha dizendo que o problema é consequência da estiagem, especialistas no setor elétrico apontam que a equação é mais complicada que isso: carrega fatores ligados à gestão ineficiente e práticas empresariais questionáveis.

Situação crítica

Entre esses nomes, está o ex-diretor presidente da Agência Nacional de Águas (Ana), Vicente Andreu, que rejeita de maneira contundente a justificativa da falta de chuva como causa da crise energética. — Não dá pra colocar na conta de São Pedro de jeito nenhum. Essa crise é uma crise de energia. Criam essa coisa de chamar de crise hídrica para dar a impressão de que é uma coisa fortuita, de momento, que ninguém esperava — pontua Andreu ao site de notícias Brasil de Fato (BdF).  Durante a conversa, ele ressaltou que o governo e as empresas geradoras estão perdendo o controle da situação e que o país pode viver momentos ainda mais críticos até o fim do ano. — Mais do que jogar a culpa em São Pedro, eles vão ter que rezar muito para São Pedro. Para que ele ajude trazendo as chuvas com antecedência. Se não nós vamos ter problemas no fim do ano, sem dúvida nenhuma — concluiu.
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