Rio de Janeiro, 10 de Abril de 2025

Macron e UE cobram solidariedade com Itália em crise migratória

No entanto, o que se viu nos últimos dias foi na direção oposta. A Alemanha confirmou a suspensão de um programa de realocação voluntária de solicitantes de refúgio abrigados na Itália, acusando Roma de não fazer sua parte no acordo.

Sexta, 15 de Setembro de 2023 às 14:24, por: CdB

No entanto, o que se viu nos últimos dias foi na direção oposta. A Alemanha confirmou a suspensão de um programa de realocação voluntária de solicitantes de refúgio abrigados na Itália, acusando Roma de não fazer sua parte no acordo.


Por Redação, com ANSA - de Bruxelas


O poder Executivo da União Europeia admitiu nesta sexta-feira que os Estados-membros precisam demonstrar solidariedade à Itália por conta da crise migratória no Mar Mediterrâneo.




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Imigrantes forçados aguardam transferência em Lampedusa, sul da Itália

A declaração chega após uma onda sem precedentes de chegadas de deslocados internacionais à ilha de Lampedusa, que acolheu mais de 7 mil pessoas entre terça e quarta-feira.


– A Itália tem nosso pleno apoio político. Estamos trabalhando com Roma do ponto de vista financeiro e operacional – disse a porta-voz da Comissão Europeia, Anitta Hipper.

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– Precisamos de solidariedade e contamos com todos os países-membros. Devemos cooperar de forma próxima – acrescentou.


No entanto, o que se viu nos últimos dias foi na direção oposta. A Alemanha confirmou a suspensão de um programa de realocação voluntária de solicitantes de refúgio abrigados na Itália, acusando Roma de não fazer sua parte no acordo.


O chamado "mecanismo voluntário de solidariedade" foi estabelecido em 2022 e, em troca da ajuda de Berlim, a Itália se comprometia a receber de volta imigrantes forçados que pediram refúgio em solo alemão, mesmo tendo entrado na UE pelo território italiano.


Além disso, França e Áustria anunciaram um reforço no monitoramento das fronteiras com a Itália para coibir o fluxo de deslocados internacionais.


De acordo com o Regulamento de Dublin, que orienta as políticas de asilo na UE, a análise de um pedido de refúgio deve ser feita pelo país de entrada do requerente no bloco. No entanto, grande parte dessas pessoas não deseja ficar na Itália e segue viagem rumo ao norte, para países como Áustria, Alemanha, França, Holanda e Bélgica.


Questionado sobre a crise em Lampedusa, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta sexta que é "dever de todos os europeus não deixar a Itália sozinha". "Considero que seja responsabilidade da União Europeia inteira ficar ao lado da Itália", acrescentou.


Já o ministro do Interior Gérald Darmanin conversou por telefone com seu homólogo italiano, Matteo Piantedosi. Na ligação, ambos concordaram em "reforçar a prevenção das partidas de migrantes e a luta contra os traficantes" por meio da cooperação com os países de origem.



Operação naval no Mediterrâneo


Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou que a UE poderia retomar sua operação naval no Mediterrâneo, com "firmeza em relação aos migrantes irregulares", e que é preciso acelerar as repatriações.


Além disso, prometeu visitar Alemanha e França para tentar restabelecer a cooperação. "A Europa não pode fingir que não está vendo", declarou. Tajani também alertou que não se pode subestimar as crises na África: "A situação já explodiu".


Segundo o Ministério do Interior italiano, o país recebeu 127,2 mil migrantes forçados via Mediterrâneo desde o início do ano, quase o dobro da cifra registrada no mesmo período de 2022.


As principais nações de origem dos deslocados são Guiné (15,1 mil) e Costa do Marfim (14,2 mil), na África Subsaariana, Tunísia (11,5 mil) e Egito (8,4 mil), no norte do continente, e Bangladesh (7,6 mil), na Ásia.




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