Rio de Janeiro, 18 de Março de 2025

Luna defende política de preços da Petrobras e seu substituto, idem

Passados 25 anos da abertura do setor de petróleo e gás natural, a Petrobras ainda tem dificuldade de explicar para a sociedade que precisa operar como uma empresa privada, uma vez que compete com outras petroleiras no mercado interno e internacional. Desta maneira, justificou Luna, a estatal não pode fazer política pública nem partidária.

Terça, 29 de Março de 2022 às 11:32, por: CdB

Passados 25 anos da abertura do setor de petróleo e gás natural, a Petrobras ainda tem dificuldade de explicar para a sociedade que precisa operar como uma empresa privada, uma vez que compete com outras petroleiras no mercado interno e internacional. Desta maneira, justificou Luna, a estatal não pode fazer política pública nem partidária.

Por Redação - do Rio de Janeiro
Presidente da Petrobras em fim de mandato, o general Joaquim Silva e Luna destravou a metralhadora e, em seminário no Superior Tribunal Militar (STM) nesta terça-feira, assestou a mira no sucessor, o economista Adriano Pires, e disse que a estatal não é “lugar para aventureiros”. Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou ainda que a petroleira, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis e "menos ainda" política partidária.
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O consultor Adriano Pires é um defensor da paridade dos preços com o dólar
— Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda — prosseguiu Silva e Luna. Segundo ele, passados 25 anos da abertura do setor de petróleo e gás natural, a Petrobras ainda tem dificuldade de explicar para a sociedade que precisa operar como uma empresa privada, uma vez que compete com outras petroleiras no mercado interno e internacional. Desta maneira, justificou Luna, a estatal não pode fazer política pública nem partidária, o que segundo o general, "tem gente que não entende”.

Nada muda

O discurso do militar que conduz a maior empresa petrolífera da América Latina, no entanto, deixou uma fresta para o jogo de cena que significa a mudança na condução da estatal. Tanto que o mercado financeiro reagiu bem à substituição. Analistas ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil foram unânimes ao avaliar que a demissão foi uma ação política de Bolsonaro, na tentativa de dizer à sua base, em ano eleitoral, que está descontente com a alta de preços dos combustíveis. Bolsonaro reclama que o o forte reajuste promovido pela Petrobras no início de março, com aumento de 25% do diesel, 19% da gasolina e 16% do gás de botijão, não lhe foi comunicado com antecedência. Se o fosse, provavelmente estaria agora respondendo a um processo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por tráfico de informação privilegiada. Na prática, Adriano Pires, doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris 8, mestre em planejamento energético pela Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e economista formado pela UFRJ é um ferrenho defensor das leis de mercado que levaram à elevação dos preços dos combustíveis.

Paridade

Pires também é consultor, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e foi conselheiro para a área de energia da campanha de Aécio Neves (PSDB) em 2014. O presidente indicado para a Petrobras foi um feroz crítico da política de controle de preços durante o governo da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT); além de um intenso defensor da paridade internacional —modelo em que o preço dos combustíveis no mercado interno segue a variação de itens como o preço do barril de petróleo no exterior e a cotação do dólar. A confirmação das mudanças no comando da estatal deverão ocorrer dentro de duas semanas, após a Assembleia Geral de Acionistas, quando o governo trocará seus representantes do conselho de administração.
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