Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Lula volta a Belém, para destravar negociações da COP30

Presidente Lula volta a Belém para se reunir com o secretário-geral da ONU e impulsionar negociações da COP30, abordando questões climáticas e multilateralismo.

Segunda, 17 de Novembro de 2025 às 20:08, por: CdB

“Voltarei a Belém no dia 19 de novembro para encontrar o secretário-geral da ONU em um esforço conjunto para fortalecer a governança do clima e do multilateralismo”, escreveu Lula na carta.

Por Redação – de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava de malas prontas para voltar a Belém, nesta quarta-feira, na última tentativa para destravar algumas das negociações da COP30, com muitos temas ainda em aberto e aquém das expectativas do Brasil. O anúncio ocorreu na véspera, em carta lida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante o encerramento da chamada Cúpula dos Povos — um encontro de povos indígenas paralelo à conferência.

Lula volta a Belém, para destravar negociações da COP30 | Lula abriu a COP30 e volta, agora, para ajudar na tomada de decisões
Lula abriu a COP30 e volta, agora, para ajudar na tomada de decisões

“Voltarei a Belém no dia 19 de novembro para encontrar o secretário-geral da ONU em um esforço conjunto para fortalecer a governança do clima e do multilateralismo”, escreveu Lula na carta, acrescentando que terá reuniões com vários países, representantes da sociedade civil, indígenas, governadores e prefeitos.

A conferência entra na sua última semana de negociações ainda com mais dúvidas do que acertos. A presidência brasileira da COP investe na necessidade de fechar as negociações sobre adaptação às mudanças climáticas, mas o tema ainda enfrenta dificuldades.

 

Parâmetros

Um dos pontos centrais, a necessidade de aprovar parâmetros para avaliar o avanço da adaptação, emperra no receio de países mais pobres — especialmente o grupo de países africanos — de que o financiamento para mudanças climáticas seja de alguma forma vinculado a esses parâmetros.

A questão é que, uma vez adotados, os parâmetros possam ser usados pelos países mais ricos para controlar investimentos, seja porque os países não estão cumprindo as metas, seja porque estão cumprindo “bem demais” e teriam passado do ponto de necessidade de recursos externos.

Outras questões, como um programa de trabalho para transição energética, e a eterna discussão sobre financiamento às mudanças climáticas, também não têm avançado como o Brasil esperava. De acordo com um diplomata brasileiro, o peso político da vinda do presidente, um experiente negociador, pode ajudar a avançar a agenda.

 

Encontro

A chegada de Lula na última semana de negociações não é uma novidade. Em outras conferências, presidentes também entraram em campo para tentar ajudar a destravar os tradicionais nós das negociações climáticas.

Depois, Lula embarca para a África do Sul, onde participa no fim de semana da cúpula do G20.

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