Para o senador Jaques Wagner (PT-BA) Bolsonaro tende a ser derrotado por seu radicalismo, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca o diálogo. O desgaste do atual mandatário foi observado também pelo escritor Lira Neto, autor da obra biográfica “Getúlio” e ganhador do prêmio Jabuti.
Por Redação - de Brasília
Coube ao senador Jaques Wagner (PT-BA) indicar, nesta segunda-feira, a estratégia do líder de seu partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a composição da chapa à corrida presidencial do ano que vem. Um dos interlocutores privilegiados do ex-presidente, Wagner afirmou a jornalistas que, para ele, ”sempre será poderoso o binômio operário-empresário que houve em 2002”.
— Já em 2018 eu propus o nome do Josué, mas as coisas aconteceram de outra forma, e hoje ele está trabalhando para ser presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). O Lula inevitavelmente vai buscar uma pessoa que seja complementar: como ele representa o social, vai buscar alguém que represente o empresarial — sinalizou o parlamentar.
Segundo Wagner, ”Lula já é de centro, ele é de centro-esquerda”.
— É uma injustiça querer contrapor um cara como o Lula ao atual presidente, um contrassenso. Lula foi um conciliador. Quando foi que o Lula propôs a fissura da sociedade brasileira? — questiona.
Negociações
Wagner acrescentou, ainda, que Bolsonaro tende a ser derrotado por seu radicalismo. O desgaste do atual mandatário foi observado também pelo escritor Lira Neto, autor da obra biográfica “Getúlio” e ganhador do prêmio Jabuti.
Para Lira Neto, são louváveis as articulações políticas do ex-presidente, que tem se reunindo com diversos líderes da direita na construção de alianças para derrotar Jair Bolsonaro em 2022. De acordo com o escritor, a foto de Lula com Fernando Henrique Cardoso, obtida durante um encontro intermediado pelo ex-ministro Nelson Jobim, que presidiu o STF, é uma das "mais importantes dos últimos anos" e dá "esperança".
— É hora de juntarmos as pedras, por vezes atiradas mutuamente, para construirmos pontes, e não para prosseguimos a erguer muros — resumiu.