O presidente brasileiro reiterou o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz entre a Ucrânia e a Rússia, em declaração à mídia no Palácio de Belém.
Por Redação, com ABr - de Lisboa
Em um discurso leve, durante passagem neste sábado pela capital portuguesa na visita oficial de três dias ao país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) frisou que deseja saborear um bacalhau, prato popular da cozinha lusitana, antes de seguir viagem para a Espanha, na semana que vem. Antes, porém, Lula voltou à questão do conflito em curso na Ucrânia.
O presidente brasileiro reiterou o apoio do governo brasileiro à solução negociada para a paz entre a Ucrânia e a Rússia, em declaração à mídia no Palácio de Belém.
— Ao mesmo tempo em que meu governo condena a violação à integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada para o conflito. Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tentem sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz — reiterou o presidente.
Saída negociada
O presidente reafirmou que o Brasil condena a ação Rússia por ferir a integridade territorial ucraniana, desde os primeiros dias do conflito.
— Não somos favoráveis à guerra, queremos a paz. (Mas) É melhor encontrar uma saída em torno de uma mesa do que continuar tentando encontrar a saída num campo de batalha. Se você não fala em paz, você contribui para a guerra — deduziu.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, levantou a necessidade da retirada imediata das tropas russas do território ucraniano, como condição fundamental para ser possível encontrar uma reparação ao povo que considera agredido, mas também como ponto de partida para a construção de uma paz duradoura.
Mercosul
Lula também ressaltou o potencial para que Portugal e Brasil dobrem o fluxo de comércio exterior, atualmente por volta dos US$ 6 bilhões.
— É preciso que a gente seja mais ousado. E é preciso que tanto nossos empresários quanto nossos ministros conversem mais e projetem perspectivas de futuro no financiamento das nossas indústrias e na produção de novos produtos entre os dois países — ressaltou o líder brasileiro.
O presidente português também reafirmou seu total apoio à ratificação do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, o acordo Mercosul-UE precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor, uma tramitação que envolve 31 países.
Acordos
O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
Mais cedo, Lula participou cerimônia de boas-vindas na Praça do Império, em frente ao Mosteiro do Jerônimo, e da deposição de flores junto ao túmulo do poeta português Luís de Camões, no interior do mosteiro. Na sequência, Lula teve encontro bilateral com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.
De acordo com o Palácio do Planalto, serão assinados ao menos 13 acordos e parcerias com o governo português.