A cerimônia ocorrerá neste sábado, após os ritos que seguirão o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis — manual litúrgico cujas diretrizes foram simplificadas pelo próprio Francisco em novembro do ano passado.
Por Redação – de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, embarcarão nos próximos dias para Roma, para participar do velório e do sepultamento do papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos. A comitiva do presidente contará com a presença de ministros e parlamentares. A data da partida ainda será definida, em conjunto com o cerimonial do Vaticano.

A cerimônia ocorrerá neste sábado, após os ritos que seguirão o Ordo Exsequiarum Romani Pontificis — manual litúrgico cujas diretrizes foram simplificadas pelo próprio Francisco em novembro do ano passado. O protocolo prevê até nove dias de cerimônias.
Gestos
Lula e Francisco mantinham uma relação de proximidade e afinidade política, marcada por encontros e gestos simbólicos desde que o petista deixou a prisão. O primeiro encontro ocorreu em fevereiro de 2020, três meses após a libertação do ex-presidente.
Em junho de 2018, quando Lula ainda cumpria pena na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, um enviado do papa tentou entregar ao petista um terço abençoado por Francisco. A entrada foi barrada pelos agentes federais, mas o presente foi entregue posteriormente, acompanhado de uma mensagem. A Santa Sé esclareceu que o gesto era de natureza pessoal e não institucional.
Gaza
Desde que voltou à Presidência, Lula reuniu-se com o papa por duas vezes. Em junho de 2023, esteve com Francisco no Vaticano ao lado da primeira-dama, Janja. No ano seguinte, reuniram-se durante a cúpula do G7, em Puglia, no sul da Itália. Os encontros foram marcados por alinhamento em temas como o combate à fome, justiça social e defesa da paz em conflitos como a guerra na Ucrânia e os bombardeios na Faixa de Gaza.
O diálogo entre ambos sempre esteve atravessado por críticas à judicialização da política. Em entrevista ao jornal espanhol ABC, publicada em 2022, Francisco afirmou que a ‘Operação Lava Jato’ foi impulsionada por “notícias falsas na mídia que criaram um clima favorável ao julgamento”.
Segundo o pontífice, o caso de Lula foi marcado por irregularidades processuais e manipulação midiática.
— Eles armam o cenário através da mídia de tal forma que têm um efeito sobre aqueles que devem julgar e decidir — resumiu Francisco.