A antecedência na definição dos cargos objetiva uma margem de tempo suficiente para o Palácio do Planalto fechar os acordos políticos.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha nos bastidores para apontar quais ministros desembarcarão do governo, no ano que vem, para disputar as eleições e quais permanecerão no cargo até o fim do mandato, por atuar em pastas consideradas estratégicas. A antecedência na definição dos cargos objetiva uma margem de tempo suficiente para o Palácio do Planalto fechar os acordos políticos capazes de assegurar a governabilidade e formar uma massa eleitoral consistente naqueles Estados decisivos para a reeleição.

A reconfiguração da Esplanada dos Ministérios, segundo apurou o diário Valor Econômico, em matéria publicada nesta segunda-feira, poderá atingir áreas-chave como Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Agricultura e Minas e Energia. Entre os nomes mais citados para deixar o governo estão Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Carlos Fávaro (Agricultura).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é apontado como uma das figuras mais estratégicas para o pleito, seja como possível candidato ao governo de São Paulo ou ao Senado.
Novo ciclo
O Senado tem sido uma das maiores preocupações de Lula para o ciclo eleitoral de 2026. Como casa revisora, os senadores têm prerrogativas decisivas, como a análise de pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (Stf). Garantir uma base forte nesse campo é essencial para proteger conquistas institucionais e barrar ofensivas da extrema direita.
Diante deste cenário, a presença de Haddad em São Paulo é vista como uma candidatura decisiva para o embate contra o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nas pesquisas, o petista se mantém em posição confortável na disputa ao Senado.
A possível saída de Haddad, porém, tem sido um ponto de inflexão para o mercado financeiro, que têm no ministro uma âncora de previsibilidade da política econômica. Ainda assim, segundo fontes ouvidas pelo jornal, o ex-prefeito de São Paulo é fiel à orientação do presidente quanto ao seu futuro político.
Reeleição
A ministra Simone Tebet também está entre as possibilidades em discussão por seus aliados, com uma candidatura ao Senado para conter o avanço da direita. A composição de uma chapa com Lula em eventual reeleição, ou mesmo a permanência no governo até o fim do mandato são cartas que Tebet têm na manga.
O ex-governador baiano Rui Costa, por sua vez, já admitiu publicamente sua disposição para disputar o Senado. Em fevereiro, em entrevista à Rádio Metrópole da Bahia, disse que seu nome está colocado.
— Evidentemente, ainda tenho que conversar com o presidente no ano que vem — concluiu o ministro.