Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Lula critica medidas protecionista 'mal disfarçadas' dos países ricos

Lula disse que ficou estabelecido na cúpula que os países amazônicos trabalharão “pela definição de um conceito internacional de ‘sociobioeconomia’ que nos permita certificar produtos das florestas e gerar emprego e renda” e pela criação de “mecanismos para remunerar de forma justa e equitativa os serviços ambientais que as nossas florestas prestam ao mundo”.

Quarta, 09 de Agosto de 2023 às 19:54, por: CdB

Lula disse que ficou estabelecido na cúpula que os países amazônicos trabalharão “pela definição de um conceito internacional de ‘sociobioeconomia’ que nos permita certificar produtos das florestas e gerar emprego e renda” e pela criação de “mecanismos para remunerar de forma justa e equitativa os serviços ambientais que as nossas florestas prestam ao mundo”.


Por Redação, com ABr - de Belém

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quarta-feira, durante conferência de imprensa após a Cúpula da Amazônia e países convidados, “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental” por parte dos países ricos e exaltou a importância da conferência realizada na capital paraense com a participação de movimentos sociais e dos presidentes de países amazônicos.




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Lula (C), ao lado dos presidentes de países amazônicos

— Esse encontro é a Amazônia falando para o mundo, dando resposta ao mundo do que nós precisamos  — afirmou.


O presidente manteve o tom de suas últimas falas ao cobrar mais uma vez que nações desenvolvidas financiem a proteção das florestas.


— Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia, não é a Venezuela. É a natureza, que o desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu, que está precisando que eles paguem sua parte agora para a gente recompor parte daquilo que foi estragado — acrescentou.



Serviços


Lula disse que ficou estabelecido na cúpula que os países amazônicos trabalharão “pela definição de um conceito internacional de ‘sociobioeconomia’ que nos permita certificar produtos das florestas e gerar emprego e renda” e pela criação de “mecanismos para remunerar de forma justa e equitativa os serviços ambientais que as nossas florestas prestam ao mundo”.


Na sequência, Lula citou que “medidas protecionistas mal disfarçadas de preocupação ambiental por parte dos países ricos não são o caminho a trilhar”.


— O que nós fizemos foi dizer ao mundo que nós não aceitaremos mais ficar criando teses que não sejam colocadas em prática. Vamos à COP 28 com o objetivo de dizer ao mundo que rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, estudar, comer, passear e quer viver decentemente.



Vida digna


O presidente disse, ainda, ser necessário "cuidar desse povo que a gente vai cuidar da floresta, porque o exemplo que nós temos no Brasil é que parte das terras mais preservadas nesse país são as terras indígenas, em uma demonstração de que já temos os fiscais naturais para cuidar da nossa floresta".


— É só respeitá-los e garantir a eles condições de vida digna e decente — acrescentou.


Mais à frente, o presidente garantiu maior esforço do governo brasileiro na proteção da floresta amazônica.


— Vamos colocar mais Polícia Federal para cuidar da nossa fronteira, vamos fazer convênios com todos os países fronteiriços. Da mesma forma que vamos brigar para garantir a floresta, vamos brigar muito para expulsar da floresta o narcotraficante e os traficantes de armas, o crime organizado. É uma tarefa que foi assumida aqui e eu espero que quando tiver o próximo encontro vocês já possam cobrar de nós algum resultado — concluiu.



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