Na opinião dos advogados de defesa, houve uma mudança de cenário no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por Redação, com Marilza de Melo Foucher - de Brasília, Curitiba e Paris
Multiplicam-se as manifestações, no Brasil e no exterior, contra a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o destino do líder petista ainda é incerto, diante do número de ações em aberto, que poderão significar um período ainda maior de reclusão. Com o adiamento, na noite passada, da decisão quanto ao mérito do processo que o mantém no cárcere, uma parcela dos líderes de seu partido acredita que ainda há chance de ele ser libertado.
Na opinião dos advogados de defesa, houve uma mudança de cenário no Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da decisão contrária à soltura, ainda que provisória, a avaliação é a de que a maioria dos ministros da Segunda Turma deu sinais de que há dúvidas sobre a imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro.
Um dos advogados, ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, disse que o processo avançou e o processo “mudou de patamar” com a divulgação dos diálogos entre o ex-juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, e integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, pela agência norte-americana de notícias Intercept Brasil.
‘Pé atrás’
Mas, para o presidente Lula, no entanto, o tempo parece estar se esgotando. Normalmente frio quanto aos desdobramentos do processo, Lula demonstrou, na noite passada, uma profunda irritação com os desdobramentos do julgamento, no STF. Tenso e muito ansioso, Lula acreditava que a sessão, na Segunda Turma do Supremo, seria a sua chance de voltar à liberdade.
— Temo pela condição de saúde do ex-presidente — disse um de seus interlocutores à reportagem do CdB.
A disposição de manter a luta pela libertação de Lula, contudo, segue adiante nas manifestações que ocorrem, principalmente, na França. Na noite passada, o cantor e compositor Chico Buarque criticou a morosidade do STF em reconhecer o conluio entre Moro e os procuradores do Ministério Público (MPF-PR). Após o STF negar liberdade ao ex-presidente Lula, o artista afirmou que fica com um "pé atrás" em relação à Corte.
Durante manifestação que lotou o Teatro Silvia Monfort, em Paris, Chico disse que não ficou surpreso com as revelações da agência Intercept Brasil sobre a interferência de Moro no trabalho de procuradores do MPF-PR. Na condição de magistrado, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública feriu a equidistância entre juiz e a parte acusatória.
— Não me surpreende — afirmou o artista.
Lula Livre
“A leitura das cartas enviadas para Lula na prisão foi emocionante”, escreveu a correspondente do CdB, Marilza de Melo Foucher. "(O teatro estava) lotado! Muita gente do lado de fora", constatou.
“Os militantes que seguem a caravana de Lula na Europa visitaram, na véspera, a Organização internacional do Trabalho (OIT). Nesta quarta-feira, seguiram ao Parlamento Europeu e a ONU”, acrescentou.
Assista, adiante, à entrevista com a historiadora francesa Maud Chirio, professora da Universidade de Marne La Vallée e doutora em história contemporânea pela Universidade Paris.
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