Lula concorda em formar uma frente ampla de esquerda, mas coloca algumas condições
"Se quiserem fazer frente ampla pra que os ricos paguem impostos, estou disposto. Mas fazer arranjo por cima sem dizer o que vai acontecer com o povo pobre... Desculpa, já tenho idade demais pra isso", afirmou o ex-presidente.
"Se quiserem fazer frente ampla pra que os ricos paguem impostos, estou disposto. Mas fazer arranjo por cima sem dizer o que vai acontecer com o povo pobre... Desculpa, já tenho idade demais pra isso", afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por Redação - de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira, ser favorável a uma Frente Ampla para retomar os direitos sociais e “fazer com que os ricos paguem mais impostos”. O líder petista acredita que o governo deva aplicar mais recursos para a geração de empregos e o crescimento da economia brasileira.
Lula tem sido chamado para a mesa de negociação entre os partidos da centro-esquerda, para a formação de uma frente única contra o fascismo
— Se quiserem fazer frente ampla pra que os ricos paguem impostos, estou disposto. Mas fazer arranjo por cima sem dizer o que vai acontecer com o povo pobre... Desculpa, já tenho idade demais pra isso. Só faço frente ampla se for pra devolver os direitos do povo trabalhador — disse o ex-presidente, em entrevista a jornalistas.
Lula voltou a criticar o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao afirmar que ele "parece uma biruta de aeroporto”.
— Ele se mexe de acordo com o vento, cada dia fala uma coisa — afirmou.
Confiança
Segundo Lula, os investidores internacionais perderam a confiança necessária na política econômica do governo para continuar a aplicar seus recursos no Brasil.
— Consertamos o Brasil, levamos o Brasil à quinta economia mundial. Para governar um país é preciso duas palavras mágicas: uma é credibilidade e a outra é passar a ideia de que não vai mudar a regra do jogo à noite — acrescentou.
Na opinião do ex-presidente, “o Guedes parece precisa garantir que as coisas vão ter regras”.
— Se não tiver isso não passa confiança para a Bolsa, para o trabalhador, para a imprensa, para os economistas. E esse governo não passa confiança. O que faz é vender nosso patrimônio público — acrescentou, referindo-se às tentativas de o governo privatizar patrimônio público.
Sobrevivente
Ainda conforme Lula, o governo Jair Bolsonaro vem passando a mensagem de que “só vai sobreviver quem puder sobreviver”.
— O restante que se dane. Não é bem assim. Todo mundo tem que ter direito de tomar café, de jantar, de entrar numa universidade, ter acesso à ciência e à tecnologia. Essa gente acha que quilombola, floresta, índio, água, trabalhador não têm de ser protegidos. Não pode continuar assim — concluiu.