Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Lula avalia viagem ao México, a caminho dos EUA

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Sábado, 24 de Fevereiro de 2024 às 17:45, por: CdB

Lula havia cogitado uma visita ao México no primeiro semestre, porém, a agenda intensa inviabilizou essa possibilidade. A decisão de incluir o México na rota da viagem foi reavaliada, considerando que, em setembro, a eleição presidencial mexicana já terá sido realizada.


Por Redação - de Brasília

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia junto aos seus assessores uma visita ao México, em sua agenda durante a viagem que fará aos EUA, em setembro. A viagem marca a participação do presidente brasileiro na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), como é de praxe.

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Na última visita ao México, Lula e Lopez Obrador reuniram-se em um encontro amistoso


Lula havia cogitado uma visita ao México no primeiro semestre, porém, a agenda intensa inviabilizou essa possibilidade. A decisão de incluir o México na rota da viagem foi reavaliada, considerando que, em setembro, a eleição presidencial mexicana já terá sido realizada.

O cenário político no México é marcado por uma eleição inédita, onde duas mulheres se enfrentarão nas urnas. Claudia Sheinbaum, herdeira política do presidente Andrés Manuel López Obrador, competirá com Xóchitl Gálvez, representante da coalizão Frente Ampla pelo México.

 

América Central


Além de ser uma disputa histórica em termos de gênero, a eleição destaca-se pela polarização das forças políticas mexicanas. Desde sua ascensão ao poder em 2018, López Obrador, conhecido como AMLO, rompeu com o Partido da Revolução Democrática (PRD) e estabeleceu uma nova legenda, o Movimento de Renovação Nacional (Morena).

Ainda na região, Lula desembarcará, na próxima quarta-feira, em Georgetown, capital da Guiana, onde participa, como convidado especial, do encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Criada em 1973, a Caricom é um dos organismos de integração regional mais antigos em funcionamento no mundo.

Composta por 15 países, a organização tem população de cerca de 19 milhões de pessoas, em área territorial do tamanho do estado de Mato Grosso do Sul. 

— No seu conjunto, é um agrupamento de países com sua importância. Temos afinidades históricas, étnicas e culturais que nos aproximam da região — destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina do Ministério das Relações Exteriores (MRE), em entrevista na última sexta-feira.

 

Discurso


Segundo dados do governo brasileiro, a relação comercial do Brasil com a Caricom saltou de US$ 1 bilhão para US$ 2,6 bilhões nos dois últimos anos, demonstrando potencial de ampliação.

— É um grupo particularmente importante quando precisamos de algum apoio, porque é coordenado em organismos internacionais, vota em conjunto em candidaturas e resoluções e representa 7% dos assentos da Organização das Nações Unidas (ONU) e 40% da Organização dos Estados Americanos (OEA) — acrescentou.

Em seu discurso, Lula deverá abordar temas comuns da agenda do Brasil, que este ano preside o G20 - grupo de 19 países mais ricos do mundo, além da União Europeia e União Africana - com os países caribenhos.

— Há coincidência temática. Por exemplo, o tema da segurança alimentar é muito importante para o Caribe, que importa a maior parte dos alimentos que consome - cerca de 80%. Tem a questão também da mudança climática. É uma região muito suscetível aos efeitos do clima. É um momento oportuno para falar sobre esses temas e o presidente Lula foi convidado a falar sobre eles — explicou o ministro Elio Cardoso, diretor do Departamento de México, América Central e Caribe do MRE.

 

Comércio


Além de participar do encontro regional, Lula deverá se reunir com o anfitrião, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, no contexto de visita de Estado para  consolidar uma relação comercial que cresceu muitos nos últimos anos, após o país vizinho descobrir grandes jazidas de petróleo e gás.

Apelidada de Dubai sul-americana, a Guiana obteve crescimento enorme de sua economia, de quase 400%, entre 2021 e 2023, por causa do petróleo, passando de um Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços) de US$ 8 bilhões para mais de US$ 40 bilhões.

Por causa desse boom, o comércio bilateral de Brasil e Guiana saltou 1000% nos últimos três anos, especialmente pela importação de petróleo e derivados, saindo de US$ 70 milhões para US$ 1,3 bilhão.

 

Ilhas Granadinas


Da Guiana, na quinta-feira, Lula viaja para o pequeno país insular caribenho de São Vicente e Granadinas, onde participará, no dia seguinte, 1º de março, da abertura da 8ª cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada em Kingstown, a capital.

Apesar de ser um dos países fundadores da Celac, o governo anterior do Brasil deixou a comunidade, composta por 33 países. A reintegração ao bloco foi uma das primeiras medidas de política externa do presidente Lula no início de 2023, ao assumir o terceiro mandato.

— Essa reunião ocorre em um contexto de revitalização da Celac, que após a saída do Brasil ficou paralisada por um tempo”, afirmou a ministra Daniela Benjamin, diretora de Integração Regional do MRE. “Teremos nessa cúpula a oportunidade de fazer uma avaliação sobre os progressos que estão sendo alcançados e saber como será ampliada a cooperação daqui para a frente — observou.

O Palácio do Itamaraty informou que Lula deverá ter reuniões bilaterais com outros chefes de governo, como a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.

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