A declaração faz referência às ameaças feitas pela Caixa e Banco do Brasil em deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que representa as instituições financeiras no país, por conta do manifesto que pede a pacificação entre os Três Poderes e o fim da crise institucional.
Por Redação - de São Paulo
Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) disse, nesta segunda-feira, que o manifesto da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), apoiado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em defesa da harmonia entre os Poderes, não deverá ser divulgado esta semana. Segundo Lira, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, teria concordado em adiar o lançamento para depois do 7 de setembro, quando Bolsonaro organiza uma manifestação favorável ao golpe de Estado.
— Conversei com Skaf neste domingo e como não tem um prazo para a divulgação do manifesto, ficou combinado que não será nesta semana. Vai aguardar as comemorações do 7 de setembro. A nota não é da Febraban, é da Fiesp com a participação de mais de 200 entidades do setor produtivo. Virou uma nota da Febraban com reflexos para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil desproporcional aos seus interesses — disse o deputado, a jornalistas.
Explicações
A declaração faz referência às ameaças feitas pela Caixa e Banco do Brasil em deixar a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que representa as instituições financeiras no país, por conta do manifesto que pede a pacificação entre os Três Poderes e o fim da crise institucional. A desfiliação dos bancos públicos teria sido avalizada por Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O presidente da comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), porém, disse que os bancos são alvos de interferência política e que pretende apresentar requerimento cobrando explicações do ministro Paulo Guedes; além dos presidentes da Caixa, Pedro Guimarães e do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, ainda esta semana.
A decisão de Guedes também foi questionada pelo vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que criticou o ministro por uma atitude contrária ao sistema democrático brasileiro.