Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Líder do Grupo Wagner voltou à Rússia, diz Alexander Lukashenko

Presidente de Belarus afirma que Yevgeny Prigozhin não está mais no território do país, onde teria desembarcado após acordo para encerrar motim.

Quinta, 06 de Julho de 2023 às 11:30, por: CdB

Presidente de Belarus afirma que Yevgeny Prigozhin não está mais no território do país, onde teria desembarcado após acordo para encerrar motim contra a liderança militar russa.


Por Redação, com DW - de Moscou


O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, que no mês passado mediou um acordo para acabar com um motim do Grupo Wagner na Rússia, afirmou nesta quinta-feira que o líder da empresa militar privadaYevgeny Prigozhin, não se encontra mais em território belarusso e retornou ao país vizinho.




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O Kremlin se recusou a comentar sobre a localização ou os movimentos de Prigozhin desde o motim

Na semana passada, Lukashenko havia dito que o chefe do Grupo Wagner, cujos combatentes capturaram brevemente a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, e marcharam em direção a Moscou, havia chegado a Belarus como parte do acordo que encerrou o motim.


Prigozhin iniciou a rebelião contra a liderança militar russa em 23 de junho, no que foi o maior desafio ao governo do presidente Vladimir Putin em suas mais de duas décadas no poder. Cerca de 24 horas depois, o Kremlin afirmou que a crise havia sido resolvida graças à mediação de Lukashenko e que Prigozhin partiria para Belarus.


Nesta terça, o presidente belarusso afirmou a repórteres que Prigozhin agora se encontra ou em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, ou em Moscou. "Ele não está no território de Belarus", declarou.


Segundo à agência inglesa de notícias Reuters, um jato particular ligado a Prigozhin deixou São Petersburgo com direção a Moscou na quarta-feira e partiu rumo ao sul da Rússia nesta quinta, mas ainda não está claro se o líder do Grupo Wagner estava a bordo. O Kremlin se recusou a comentar sobre a localização ou os movimentos de Prigozhin desde o motim.



Acordo incerto


Lukashenko disse que o Grupo Wagner ainda não estabeleceu uma base em Belarus, mas que segue de pé a oferta para que combatentes que participaram do motim sejam estacionados no país. Segundo ele, a questão da realocação para Belarus dependeria de decisões da Rússia e do próprio Grupo Wagner.


Lukashenko afirmou que as tropas lideradas por Prigozhin seguem em seus campos, cuja localização ele não especificou. Antes da rebelião, o Grupo Wagner combatia junto às forças russas no leste da Ucrânia.


Os comentários do líder belarusso indicam quão incertos são os termos e a implementação do acordo que encerrou o motim dos combatentes liderados por Prigozhin, que, segundo Putin poderia ter mergulhado a Rússia numa guerra civil.


"Prigozhin é absolutamente livre"


Na quarta-feira, a televisão estatal russa lançou ataques a Prigozhin e afirmou que uma investigação sobre o motim segue em curso. Foram exibidas imagens da polícia entrando na residência do líder paramilitar, uma luxuosa mansão. Desde o motim, negócios de Prigozhin no país foram alvo de operações de busca ou fechados.


As imagens mostraram um esconderijo de armas, barras de ouro, maços de dólares e uma coleção de perucas e de marretas, que pertenceriam a Prigozhin. Haveria também uma coleção de selfies do chefe do Grupo Wagner usando as perucas e uniformes estrangeiros.


Nesta quinta, Lukashenko afirmou ter concordado em se reunir com Putin para discutir a situação do líder do Grupo Wagner. Prigozhin é "absolutamente livre", e Putin não irá "eliminá-lo", disse o presidente belarusso.


Lukashenko também afirmou não ver uma eventual presença de tropas do Grupo Wagner como uma ameaça a Belarus.


 

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