Diferentemente do que ocorreu nas campanhas anteriores, agora a discussão não será sobre descobertas recém-ocorridas ou seus desdobramentos, mas o saldo das ações realizadas ao longo dos últimos anos. Desde 2018, a Lava Jato vem passando por questionamentos, principalmente após a ida de Moro para o governo Bolsonaro, no cargo de Ministro da Justiça.
Por Redação - de Brasília
A Operação Lava Jato consta, em menor intensidade embora com efeitos devastadores sobre o horizonte político nacional, em 2022, na agenda de candidatos ao Palácio do Planalto. Principalmente o ex-juiz suspeito Sérgio Moro e seu cúmplice no Ministério Público Federal (MPF), o procurador Deltan Dallagnol. Ambos precisarão responder sobre o destino de uma significativa quantia de dinheiro que ingressou no país a partir dos Estados Unidos.
Diferentemente do que ocorreu nas campanhas anteriores, agora a discussão não será sobre descobertas recém-ocorridas ou seus desdobramentos, mas o saldo das ações realizadas ao longo dos últimos anos. Desde 2018, a Lava Jato vem passando por questionamentos, principalmente após a ida de Moro para o governo Bolsonaro e com o vazamento de conversas do aplicativo Telegram de procuradores, em 2019.
Partido que lidera as pesquisas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT reúne as principais críticas à Lava Jato e tem denunciado exatamente o possível conluio entre o governo norte-americano e os investigadores brasileiros, com o claro objetivo de interromper o crescimento econômico nacional. O presidenciável Ciro Gomes (PDT) também tem criticado o efeito econômico da operação e o desemprego provocado pela investigação nas empreiteiras.
Doleiro
Bolsonaro, antes defensor da Lava Jato, por motivos outros, tornou-se crítico e tem falado que havia um projeto político entre seus integrantes —o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) também entrou para a política.
Outro fantasma que surge no horizonte do ex-juiz Moro é a rede de doleiros ligada a Alberto Youssef, que movimentou bilhões de reais no Brasil e no exterior usando empresas de fachada, contas em paraísos fiscais e contratos de importação fictícios. O advogado Tacla Durán, atualmente exilado na Espanha, reúne uma série de acusações contra o hoje candidato.
Youssef é um velho conhecido de Moro, após ter se tornado delator no caso Banestado e descumprido o acordo firmado com o então juiz Sérgio Moro que, ainda assim, firmou novas delações premiadas na Lava Jato. Suas empresas nunca prestaram serviços de fato e não tinham funcionários contratados.