Parlamentares dão aval a projeto que pode adiar mais uma vez a saída do Reino Unido da UE. Moção de eleição antecipada encaminhada por premiê também é rejeitada pelos deputados.
Por Redação, com Reuters - de Londres
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, iniciou nesta quinta-feira o que, na prática, é uma campanha eleitoral, qualificando uma aliança de partidos opositores que tenta impedir uma separação britânica da União Europeia sem um acordo como derrotistas rendidos ao bloco. Mais de três anos depois de o Reino Unido decidir deixar a UE por meio de um referendo, o país ruma para uma eleição e o Brexit continua incerto, as opções vão de uma saída sem acordo turbulenta à desistência completa da iniciativa. Após assumir o controle da câmara baixa do Parlamento na quarta-feira, uma aliança de partidos opositores e de rebeldes expulsos do Partido Conservador de Johnson votou para forçá-lo a pedir um adiamento de três meses para o Brexit, ao invés de desfiliar o país sem um pacto de saída no dia 31 de outubro, a data hoje estabelecida por lei. Por trás do som e da fúria da crise do Brexit, uma eleição agora acena a uma nação polarizada. As principais opções à disposição são a insistência radical de Johnson na partida em 31 de outubro, a qualquer preço, e a visão do socialista de esquerda Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, somada à promessa de um novo referendo com a opção de permanecer na UE. “Boris argumentará que agora é hora de as pessoas decidirem, já que o Parlamento as decepcionou, para que possamos resolver isto de uma vez por todas”, disse um porta-voz do premiê. “Jeremy Corbyn continua não somente a bloquear o Brexit, mas agora também está impedindo as pessoas de opinarem ao recusar uma eleição geral”. O opositor Partido Trabalhista classificou a linguagem de Johnson, inclusive chamar Corbyn de “covarde”, como patética, disse que ele tenta imitar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o comparou a uma criança de 3 anos fazendo uma cena.