Segunda, 29 de Novembro de 2021 às 12:48, por: CdB
Bispo da denominação Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Crivella dependia que seu nome fosse aprovado pelas autoridades sul-africanas, o que não aconteceu. A informação, divulgada nesta manhã na mídia conservadora, foi confirmada pela reportagem do Correio do Brasil junto a canais oficiais no Itamaraty.
Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) retirou, nesta segunda-feira, a indicação do ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) para a Embaixada do Brasil, na África do Sul. A desistência acontece seis meses após a indicação, diante do silêncio diplomático do país sul-africano, que indicava uma discordância quanto ao nome proposto para o cargo.
Bispo licenciado da denominação Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Crivella dependia que seu nome fosse aprovado pelas autoridades sul-africanas, o que não aconteceu. A informação, divulgada nesta manhã na mídia conservadora, foi confirmada pela reportagem do Correio do Brasil junto a canais oficiais no Itamaraty.
Bolsonaro esperou “o máximo que pode”, segundo um experiente diplomata do Ministério das Relações Exteriores, mas a África do Sul recusava-se, sistematicamente, a aceitar ou negar o pedido de agrément para que Crivella assumisse o posto de embaixador. O pedido de agrément consiste no consentimento de um país para que determinado diplomata estrangeiro seja nomeado para função.
Nos trâmites diplomáticos, a falta de uma resposta ao agrément significa que o indicado não foi aceito pelas autoridades locais, o que levou o Brasil a retirar, no limite do tempo previsto pelas boas práticas da diplomacia, a indicação do bispo. A indicação de Crivella seria, na realidade, um agrado de Bolsonaro ao tio dele, o bispo Edir Macedo, chefe da IURD, que vem enfrentando uma rebelião na sua igreja, em países africanos.
Negócios
Em setembro, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, disse que a decisão sobre a aceitação de Crivella como embaixador do Brasil no país caberia ao ministério das Relações Internacionais e Cooperação sul-africano. O atual representante brasileiro na África do Sul, Sérgio Danese, foi indicado para assumir o posto de diplomata no Peru. Por isso, a embaixada do Brasil na África do Sul deve ficar sob comando de um encarregado de negócios.
Ainda não foi feita nenhuma nova indicação de diplomata para o país africano. Por meio de sua assessoria, o Itamaraty informou que "não se manifesta sobre pedido de agrément antes de sua concessão por governo estrangeiro".