A inatividade norte-americana em relação à ordem de prisão do blogueiro, segundo apurou a mídia brasiliense, teria pesado na decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de barrar o pedido feito pela administração de Joe Biden para extraditar Cherkasov aos Estados Unidos.
Por Redação - de Brasília
O quid pro quo entre o Itamaraty e o Departamento de Estado norte-americano em torno de pessoas de interesse entre os dois países gerou, nesta quinta-feira, mais um episódio. Dessa vez no caso envolve os pedidos mútuos de extradição do blogueiro golpista Allan dos Santos, para o Brasil, e o suposto espião russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, aos EUA.
A inatividade norte-americana em relação à ordem de prisão do blogueiro, segundo apurou a mídia brasiliense, teria pesado na decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, de barrar o pedido feito pela administração de Joe Biden para extraditar Cherkasov aos Estados Unidos. Condenado por uso de documentos falsos, o suspeito de espionagem está preso em uma área especial da penitenciária federal de segurança máxima de Brasília e é alvo de outra investigação, por lavagem de dinheiro.
Oficial russo
Tanto Moscou quanto Washington solicitaram a extradição do prisioneiro, sob a alegação de que ele atuou no exterior durante o período em que usou passaporte brasileiro falso, há cerca de um ano. Na época, a mídia norte-americana chegou a divulgar que Victor Muller, um homem apontado como um suposto espião russo que estudou na prestigiada Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS na sigla em inglês) da Universidade Johns Hopkins, se apresentava como brasileiro.
Uma agência de informação holandesa, no entanto, identificou-o publicamente como Sergey Vladimirovich Cherkasov, oficial russo de informação militar que, em abril, viajou para a Holanda para um estágio no Tribunal Penal Internacional, em Haia.